Saúde

Em um dia, São Paulo atinge o maior número de mortes por coronavírus

Lockdown não é descartado, mas estado precisaria de coordenação nacional

A pandemia do coronavírus está sem controle. Mesmo com as medidas mais restritivas, São Paulo registrou nesta terça-feira (16), o maior número de mortes em um só dia. Segundo o Governo do Estado, foram 679 óbitos provocados pela COVID-19, o que equivale a uma pessoa morta a cada 2 minutos.

A tendência de alta é visível, visto que na semana passada, o estado já tinha alcançado o recorde de 521 mortes por coronavírus. Ao todo já são 64.902 paulistas que perderam as vidas em decorrência da doença. Mas é bom lembrar que estes registros não significam, necessariamente, que as mortes aconteceram de um dia para o outro, mas que foram computadas no sistema neste período. As notificações costumam ser menores em finais de semana, feriados e segundas-feiras, por conta do atraso na contabilização.

Nas redes sociais, o secretário-executivo do Centro de Contingência para o Coronavírus, João Gabbardo, falou do enorme número de casos no estado e no país. E fez um pedido para que o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, exerça um posicionamento sobre o isolamento social, para que ele seja cumprido.

Possível lockdown

O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia disse que o governador João Doria não descarta a possibilidade de um lockdown. Mas para que isso aconteça, o Governo Federal precisa fazer uma coordenação em âmbito nacional e ofereça as condições para o lockdown.

Um levantamento do G1 e da TV Globo aponta que ao menos 75 pessoas com Covid ou suspeita da doença morreram na fila de espera por leito de UTI no estado.

O colapso da saúde também atinge a rede particular da capital paulista. Nesta terça, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, disse que os hospitais privados estão solicitando leitos do SUS porque não conseguem atender a demanda. “Algo inédito”, afirmou Aparecido.

O estado tem 69 municípios com 100% de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o coronavírus, segundo anunciou nesta segunda-feira (15) o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. O total de internados em UTI nesta segunda-feira (15) foi 60% maior do que o pico da primeira onda da pandemia, em 2020. No domingo, foram registradas 24.285 pessoas internadas, sendo 10.507 em UTIs e 13.778 em enfermaria. O número total de internados no estado, incluindo leitos de UTI e de enfermaria, está batendo recordes todos os dias desde 27 de fevereiro.

Caos

Especialistas alertam para a possibilidade de colapso do sistema, já que a capacidade de criação de leitos, especialmente de UTI, é limitada. Um cálculo matemático mostra que São Paulo pode chegar ao colapso de seu sistema de saúde nos primeiros dias de abril, caso o atual ritmo de avanço da pandemia permaneça o mesmo.

Todos os leitos de UTI disponíveis para COVID-19 nas redes pública e privada do estado devem acabar nesse prazo, se o ritmo atual de internações pela doença e de abertura de novos leitos se mantiver em crescimento.

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