Nas redes sociais, o prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB), fez um desabafo sobre a Covid-19 e um apelo à população, pedindo que cumpra as medidas do isolamento social. Mesmo em lockdown, a cidade ainda não atingiu os índices satisfatórios de isolamento e pra piorar a ocupação dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19 cresceu.
Até o momento Santos concentra 90% da capacidade total, mas já há hospitais públicos e provados que não tem vaga de internação. “Eu preciso de todos como aliados, para que a gente consiga encarar essa verdadeira guerra contra a Covid-19”, destacou.
A Prefeitura de Santos informa que o número de pessoas internadas na rede municipal cresceu de 608 para 666. Mas nas ruas, apesar de grande parte do comércio estar fechada e das praias e calçadores estarem cercadas, a população é teimosa e dá um jeito de seguir circulando e se aglomerar.
“Hoje, mais 31 pessoas foram internadas em UTIs. A média, mesmo nesses momentos graves, era de 12 pessoas por dia. Está piorando, e muito. Estamos trabalhando em busca de locais, de equipes de saúde, de oxigênio, de medicamentos. Cada minuto é uma guerra para abrir leitos de UTI, mas estamos perdendo essa guerra. Esses recursos, profissionais e insumos, são finitos, acabam”, destacou o prefeito.
Dados
Segundo dados divulgados pelo município, a taxa geral de ocupação dos 808 leitos para Covid-19 disponíveis na cidade está em 82%. Mas entre os 375 leitos de UTI, a ocupação é de 90%. Na rede SUS, a taxa é de 83%, e na rede privada, de 97%. O aumento fez com que Santos superasse o maior pico de internações de moradores, que havia alcançado na quarta-feira (24), após somar 303 pacientes. Na quinta, foram 327 moradores do município internados.
Rogério Santos destacou que a prefeitura está “lutando para preservar vidas”, e citou as medidas mais restritivas adotadas em toda a Baixada Santista, as quais define como lockdown, como importantes para controlar as contaminações pelo novo coronavírus. De acordo com o prefeito, apesar de aumentar as restrições, o município ainda conseguiu permitir o funcionamento de atividades econômicas essenciais e a prática de atividades físicas individuais, pensando no bem da população.
“Muitos estão cumprindo e entendendo, mas muitos pensam que é brincadeira. Usam máscara no queixo, ou até não estão usando máscara. Tem pessoas usando o transporte público para passear, para abrir atividades clandestinamente, quando esse [transporte] deveria ser para o uso de quem trabalha com serviços essenciais”, destacou.
“Uma atividade que não para, que também está a todo vapor, são os cemitérios, os sepultamentos. As pessoas estão morrendo. É preciso colocar caixões na rua? É preciso contratar contêineres de refrigeração para empilhar corpos? Como já foi feito em outros países do mundo, e aqui no nosso país também? Quantas pessoas mais precisam morrer para que vejam que estamos perdendo essa guerra para a Covid-19?”, questiona.
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