Covaxin e Sputnik V passam por análise da Anvisa
Os imunizantes entraram com pedidos de uso no Brasil
O Brasil poderá contar com mais duas vacinas contra a Covid-19. Nesta sexta-feira (4), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu os pedidos para que os imunizantes da Índia, Covaxin e da Rússia, Sputnik V, possam ser utilizados no país. A análise começou às 14h.
As duas vacinas já apresentaram pedidos de liberação em outras ocasições. Mas elas foram negadas. Por enquanto o Brasil conta com as vacinas da CoronaVac, Oxford/AstraZeneca e Pfizer/BionTech. Já a Janssen, embora liberada, ainda não teve doses aplicadas.
No mês de março, o Ministério da Saúde fez um pedido para importar 20 milhões de doses da Covaxin. Mas a Anvisa rejeitou em decisão unânime. A alegação foi que faltavam documentos e dados que comprovassem a eficácia. Além disso, a agência negou a certificação de boas práticas à Bharat Biotech, empresa de biotecnologia indiana que desenvolveu a Covaxin.
Segundo a Anvisa, o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos, que negocia a vacina no país, “seguiram em tratativas com a agência a fim de adequar os aspectos que motivaram o indeferimento”. A empresa indiana protocolou um novo pedido de certificação de boas práticas, referente à linha de produção. Esse pedido está sendo analisado, segundo a Anvisa. No mês passado, o órgão autorizou testes da fase 3 no Brasil.
A Sputnik V
A Anvisa recebeu o pedido para que 14 estados pudessem importar 30 milhões de doses da Sputnik V. No entanto o pedido foi negado. A decisão contra a importação foi tomada em uma reunião extraordinária que ocorreu para atender uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma ação protocolada pelo governo do Maranhão.
A agência apontou que não recebeu relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade e não conseguiu localizar o relatório com autoridades de países onde a vacina é aplicada.
Além disso, a Gerência de Medicamentos do órgão apontou diversas falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante. Na mais grave, explicou que o adenovírus usado para carregar o material genético do coronavírus não deveria se replicar, mas ele é capaz de se reproduzir e pode causar doenças.
O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês) informou em nota, um dia após a negativa da agência brasileira, que os comentários da Anvisa sobre a vacina Sputnik V estavam “incorretos” e que a decisão de adiar a aprovação do imunizante poderia ter “motivação política”.
No fim de maio, a Anvisa recebeu novo documento sobre a Sputnik V, enviado pelos estados da Bahia e do Maranhão. Na ocasião, a agência afirmou que avaliava um pedido de importação pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central, além de um segundo pedido feito por Bahia, Maranhão, Ceará, Sergipe e Pernambuco.
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