A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está em erupção total nos últimos dias. Um dos principais capítulos recentes foi o afastamento do presidente da entidade de futebol, Rogério Caboclo. Ele é acusado de assédio moral e sexual cometido contra uma funcionária. A ordem é que ele seja afastado do cargo por pelo menos 30 dias, para que responda o processo.
Por causa do afastamento de Caboclo, o vice-presidente mais velho da CBF, Antônio Carlos Nunes vai assumir a presidência. Além disso acontece uma reunião extraordinária entre os diretores da CBF e os oito vice-presidentes eleitos foi convocada para esta segunda-feira (7), no Rio de Janeiro.
Caso de “urgência comprovada”
A decisão em apenas dois dias foi possível pela gravidade das acusações. Isto porque o artigo 143 do estatuto da CBF prevê que a diretoria pode afastar, em caráter preventivo, “qualquer pessoa física ou jurídica direta ou indiretamente vinculada à CBF que infrinja ou tolere que sejam infringidas as normas constantes deste Estatuto ou do Estatuto da FIFA ou da CONMEBOL, bem como as normas contidas na legislação desportiva e nos regulamentos da CBF.”
A Comissão de Ética se reuniu emergencialmente no sábado e analisou as 12 folhas de denúncias da funcionária cerimonialista da CBF. Ela tem poder de sancionar todos envolvidos na esfera do futebol brasileiro, incluindo o presidente da CBF.
Crise da Copa América
Há quase 2 meses, a CBF vive clima tenso. Dentro de campo, a Seleção Brasileira está bem e lidera com 100% de aproveitamento as Eliminatórias Sul-americanas da Copa do Mundo. No entanto a polêmica participação do Brasil na Copa América, em meio a pandemia do coronavírus é o que vem tomando conta. Segundo informações de bastidores, o comportamento de Rogério Caboclo ficou ainda mais errático e agressivo.
Nas últimas semanas, enquanto Caboclo lidava com seus próprios problemas, outra crise explodia no futebol sul-americano. A Copa América, prevista para ser disputada na Colômbia e na Argentina, ficou sem sede. A Colômbia não pôde garantir a segurança do torneio por problemas políticos e sociais, e a Argentina desistiu ante o agravamento da pandemia da Covid-19.
No dia 7 de junho, segunda-feira, durante reunião de emergência do Conselho da Conmebol convocada para resolver o que fazer com a Copa América, as duas crises se encontraram. Com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, Rogério Caboclo ofereceu o Brasil para abrigar o torneio. Todas associações nacionais de futebol do continente toparam. A Conmebol então anunciou em suas redes sociais: a Copa América será no Brasil. Decisão que refletiu na Granja Comary.
Comunicado da CBF
“A CBF informa que recebeu na tarde deste domingo, 6, decisão da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro suspendendo temporariamente (pelo prazo inicial de 30 dias) o Presidente Rogério Caboclo do exercício de suas funções. Seguindo o Estatuto da entidade, toma posse interinamente, por critério de idade, o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima. A decisão é sigilosa e o processo tramitará perante a referida Comissão, com a finalidade de apurar a denúncia apresentada.”
Jogadores decidem jogar a Copa América
Nesta segunda-feira (7), os jogadores da Seleção Brasileira decidiram que vão jogar a Copa América, que será disputada no Brasil. A estreia irá ocorrer contra a Venezuela, no Mané Garrincha, em Brasília.
A decisão dos atletas deve ser comunicada juntamente com um manifesto, com críticas à forma como o evento foi organizado, em meio à pandemia de Covid-19. A tendência é que isso aconteça somente depois da partida contra o Paraguai, às 21h30 (de Brasília) desta terça-feira, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
A seleção brasileira disputará a Copa América com elenco muito parecido com o que está reunido para os jogos das Eliminatórias. Tite ainda pode chamar mais três atletas. A lista será anunciada na quarta-feira (9).
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