

O Emissário Submarino de Santos continua fechado devido a obras que foram paralisadas por questões judiciais. Dentro dele há a Praça das Gerações, que homenageia a imigração japonesa, celebrada nesta sexta-feira (18). O espaço receberá um novo paisagismo no entorno com direito a um novo monumento.
Aconteceu a divulgação do projeto onde é apresentado um jardim central circular rodeado por piso em pedras de mosaico branco. Nele é representado os primeiros imigrantes, de onde partem faixas de vegetação com cores e espécies diferentes de plantas, simbolizando as gerações seguintes.
“A proposta para a Praça das Gerações também tomou como base a bandeira japonesa, com fundo branco e somente o círculo vermelho ao centro”, conta a arquiteta Veridiana Nobre, autora do projeto, desenvolvido em conjunto com Rodrigo Franco, pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedurb).
Segundo ela, além do Monumento aos Imigrantes, o jardim circular vai abrigar o Monumento 18 de Junho – pedra com o nome dos passageiros do navio Kasato Maru. Mas também haverá uma nova obra artística, com a inscrição “XIV”. Trata-se de uma alusão ao Armazém XIV, onde há 113 anos a embarcação atracou.
A Praça das Gerações está inserida na reforma do Parque Municipal Roberto Mário Santini, prevista para ser iniciada este ano. Serão utilizados recursos do Município, mas também, possivelmente, do Governo Federal.
História
Segundo a coordenadora de Assuntos Internacionais da Prefeitura de Santos, Paula Quagliato, a união dos três monumentos na Praça das Gerações foi um pedido da comunidade japonesa de Santos. Além disso, foi pedida a incluindo e a sugestão de que o número referente ao armazém de chegada do navio Kasato Maru tivesse as cores originais e não a da bandeira do Japão, como proposto inicialmente.
“Preferiram que fizéssemos o número 14 baseado na aparência da época. São cuidados que eles têm e que também estamos tendo com a cultura japonesa. A Prefeitura adequou o projeto de acordo com o possível para prestar uma homenagem legítima”, comenta Paula.
Vindo do porto de Kobe, no Japão, em viagem de 52 dias, o navio Kasato Maru trouxe os 781 primeiros imigrantes vinculados ao acordo imigratório estabelecido com o Brasil. Na época o país precisava de mão de obra para as lavouras de café. Enquanto isso a migração era vista pelo governo japonês como uma forma de amenizar amenizar a tensão social internagerada pelo alto índice demográfico.
Em 1907, o governo brasileiro publicou a Lei da Imigração e Colonização, permitindo que cada estado definisse a forma mais conveniente de receber e instalar os imigrantes. Ficou acertado que 3 mil japoneses viriam em um período de três anos. Os primeiros foram encaminhados para seis fazendas paulistas. Os que chegaram depois se espalharam por outros estados.
Em 1973, chegou a Santos o Nippon Maru, último navio a transportar imigrantes nipônicos para o Brasil. De acordo como o Consulado Geral do Japão em São Paulo, há hoje no País 1,5 milhão de descendentes de japoneses. A maioria deste público encontra-se nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Pará.
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