Policial que atirou acidentalmente na esposa teria escorregado em garrafa
Caso foi registrado como homicídio culposo
O policial militar que disparou de forma acidental contra a esposa foi ouvido na Polícia Civil de Praia Grande. Segundo ele, o disparo aconteceu porque ele escorregou em uma garrafa de água. Nicole Aparecida Paulino, de 23 anos chegou a ser socorrida, mas morreu.
Após o depoimento, o caso foi registrado como homicídio culposo. O tiro aconteceu na residência do casal, no bairro Maracanã. O soldado da PM se preparava para sair, quando o disparo aconteceu. Ainda segundo o depoimento, a esposa e a filha dormiam em um colchão que estava no chão. Ele explicou que costumava dormir com a arma embaixo do travesseiro. Às 4h eles acordaram, ele foi tomar banho e a vítima passar a farda dele. Nesse meio tempo, Nicole voltou a dormir e o policial, já com a roupa, se abaixou para pegar a arma.
Depois disso, ele alega que deu um passo para trás para beijar a esposa. Neste momento, afirma que teria pisado em cima da garrafa de água e se desequilibrado, momento que a arma disparou acidentalmente atingindo a jovem. No instante que a atingiu, ele não notou que a bala havia acertado ela, porque a vítima ainda chegou a se sentar no colchão. Em seguida, conforme o PM relatou à polícia, ela desfaleceu e ele ligou para a Polícia Militar.
A jovem chegou a ser levada ao Hospital Municipal Irmã Dulce, em Praia Grande, mas não resistiu. De acordo com a PM, o soldado é lotado no 45º Batalhão de Polícia Militar do Interior e tem um excelente comportamento. A polícia informa que, depois do disparo, o agente ficou muito abalado e passou mal, precisando ser socorrido ao Pronto Socorro Quietude, onde foi medicado e liberado para depor.
Na delegacia, a mãe de Nicole também deu depoimento e informou que o casal vivia de forma harmoniosa. Explicou ainda que ouviu o disparo da casa dela, por morar perto. Ela também relatou que viu, da sacada, equipes da PM se aproximando. Neste momento, ela foi até a casa e encontrou a filha desfalecida nos braços do esposo, que chorava muito.
Na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), o caso foi registrado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O soldado se apresentou voluntariamente na unidade para esclarecer o que ocorreu e foi liberado. A perícia foi ao local, foi requisitado exame necroscópico da vítima e a arma foi apreendida. O caso será investigado pela DDM.
Resposta da Polícia Militar
Em nota, o Comando do batalhão em que o soldado atuava confirma que houve a ocorrência de disparo acidental enquanto ele se preparava para se deslocar e assumir o serviço. Explica que, de imediato, o agente pediu por socorro, e a jovem foi socorrida ao Hospital Irmã Dulce, porém não resistiu aos ferimentos e faleceu.
Informam que o policial militar, extremamente abalado emocionalmente, foi encaminhado para atendimento médico e acompanhado por psicólogo do núcleo de atendimento psicosocial da Polícia Militar. Reitera, por fim, que está prestando “todo o apoio necessário à família, buscando confortar a todos neste momento difícil e delicado”.
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