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Estudante faz denúncia de racismo em universidade de Cubatão

O colega de classe disse que ele era "sujo e fedido"

Em plano Século 21 não dá mais pra tolerar e aceitar casos de racismo. Um estudante de medicina de 20 anos fez a denúncia injúria racial contra um colega de turma, de 23 anos. A vítima não pôde entrar no elevador de uma universidade de Cubatão e ainda foi ofendido.

Segundo Thiago Cassio Fuzatti dos Santos, o colega disse que ele não entraria por ser “sujo e fedido”, e negou-se a se desculpar. A situação ocorreu na volta do intervalo entre as aulas. Thiago, que estava com amigos, tentou entrar no elevador da universidade, quando foi impedido pelo estudante denunciado.

“Disse que eu era sujo e fedido, e que não deveria entrar”, conta. “Eu segurei o elevador e falei para ele pedir desculpas, que não era assim. Ele ficou dando risada, e depois de dois minutos, foi embora de escada, dizendo que eu era sujo mesmo“.

Créditos: Reprodução/Instagram.

“Me senti muito humilhado. Eu só queria chegar lá tranquilo, assistir à aula e voltar para a minha casa. Denunciei na hora, vou ser médico. O princípio da ética médica é não julgar ninguém”, disse o estudante.

Entre as ofensas proferidas pelo colega, está o hábito de chamá-lo de “sujo” e “fedido”, e de dizer que Thiago “só está na faculdade por causa das cotas raciais”, por exemplo. “Quando eu vou todo vestido de preto, ele diz que estou pelado”, conta o estudante.

Ainda segundo Thiago, as ofensas sempre aconteceram pessoalmente, não tinham apoio de outros colegas, e eram direcionadas exclusivamente a ele, um dos quatro estudantes negros da turma de medicina, composta por cerca de 250 alunos.

Resposta da universidade

Em nota, a Universidade São Judas Tadeu, onde o crime aconteceu, informou que repudia qualquer atitude discriminatória, e que acolheu o aluno após a situação acontecida no elevador do campus. 

Leia o comunicado na íntegra:

“A Universidade São Judas, em primeiro plano, informa que repudia qualquer atitude discriminatória realizada contra qualquer pessoa, dentro ou fora da nossa comunidade acadêmica. Sobre o fato ocorrido ontem, a instituição realizou o acolhimento imediato ao estudante e instaurou uma sindicância para apurar os fatos e tomar as providências cabíveis.

A instituição de ensino, na condição de formadora não só de profissionais, mas de indivíduos em sua integralidade, permanece empenhada no seu propósito de ampliar as vozes e a conscientização do tema diversidade e inclusão”.

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