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“Setembro Amarelo”: Cuide da sua saúde mental!

Mês alerta para a prevenção contra a depressão e suicídio.

Como você está? É uma pergunta simples que um amigo, um familiar ou um desconhecido faz. Mas que é essencial e permite que a pessoa fale como se sente. Setembro ganhou a cor amarela para que todos prestem atenção sobre a saúde mental e para que evitem casos de depressão e suicídio. Afinal, a vida é o maior bem que o ser humano pode ter.

Créditos: Reprodução

Em tempos de pandemia do coronavírus, este cuidado aumentou ainda mais devido ao fato de muita gente deixar de estar presencialmente com amigos, familiares ou o simples fato de poder sair. Embora atualmente há muita flexibilização, ainda existem pessoas que mantém este distanciamento. Contudo, os brasileiros foram os que mais sentiram, especialmente as pessoas com sintomas de depressão. E com elas, sentimentos e pensamentos ruins passaram a rondar cada um.

O Rede Noticiaz escutou especialistas de diversas áreas para abordar o tema e aprofundar mais sobre os cuidados com a saúde mental. Seja na área física, como também na área espiritual, o fundamental é deixar a mente sempre bem.

Os repórteres Leonardo Francisco e Marina Torres entrevistaram as psicólogas Graciana Pereira (CRP 89105 / 06) e Gisele Oliveira (CRP 06 / 148633) deram detalhes sobre como que a depressão surge, o suicídio e a importância do Setembro Amarelo, que faz o alerta contra estes casos. Acompanhe:

O QUE SIGNIFICA O SETEMBRO AMARELO E PORQUE FOI CRIADO?

Trata-se de um movimento que acontece em todo o Brasil desde 2015 para dar mais visibilidade às ações de conscientização que estejam voltadas a prevenção ao suicídio. O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Esse mês foi oficialmente incluído no calendário nacional através de uma parceria entre a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Centro de Valorização da Vida (CVV) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) e tem como principal objetivo alertar a população a respeito da realidade do Brasil e no mundo sobre a condição do suicídio, uma triste realidade que vem aumentando em alguns países, inclusive no Brasil, por isso é importante colocar em pauta na sociedade para reduzir situações de perdas de outras vidas.

NOS TEMPOS ATUAIS QUAL A IMPORTANCIA DE CUIDAR DA SAUDE MENTAL? PORQUE ESTE TEMA SE TORNOU TÃO ESSENCIAL NA SOCIEDADE?

Acredito que cuidar da saúde mental sempre foi importante, muitas vezes negligenciada, ou até mesmo não compreendida, existem muitos estigmas que permeiam esse assunto, principalmente a dificuldade de reconhecer o sofrimento emocional como própria da nossa condição humana.

É necessário entender que ter saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais, é um estado de bem-estar, é conseguir encontrar caminhos possíveis para suportar a dor e os desafios da vida, e está totalmente relacionada a nossa saúde física, nossas questões emocionais e também com a segurança, a autonomia e a justiça social.

Todos nós temos direito à saúde mental, desde o começo da pandemia foi e ainda está sendo uma grande preocupação pois sabemos que o isolamento, as mortes, nos afetam diretamente. Saúde Mental é ter a possibilidade de não adoecer diante o sofrimento, por isso é importante pensar nos hábitos, mecanismos de enfrentamento, tratamentos possíveis diante situações adversas. Nós somos seres sociais e precisamos uns dos outros para superar grandes desafios. Por isso, promover a saúde mental também previne o suicídio.

Todos nós temos direito à saúde mental, desde o começo da pandemia foi e ainda está sendo uma grande preocupação pois sabemos que o isolamento, as mortes, nos afetam diretamente. Explica a psicóloca Graciana Pereira.

DADOS

De 2000 à 2015, o número de crianças de 10 a 14 anos que morreram por suicídio aumento 65% e de 15 a 19 anos aumentou 45%. Esses são alguns dados dentre outros tantos que ainda merecem nossa atenção, além disso, a ideia de morte pode ser considerada como um alivio para o sofrimento, costuma ser escondida, o que dificulta a oferta de ajuda.

Fatores como falta de acesso a informações sobre saúde mental e suicídio são empecilhos para que ajuda e tratamentos tenham resultados mais práticos e efetivos. Importante dizer também que os pensamentos suicidas podem estar associados a diversos outros quadros de saúde mental como transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia, dependência química, além de questões sociais, econômicas, físicas, psicológicas. Por isso, nem toda pessoa que tem depressão pensa em se matar ou morre por suicídio.

QUAIS OS TRATAMENTOS EXISTENTES EM SAUDE MENTAL?

Manter o cuidado é imprescindível, existem serviços de ajuda disponíveis na Rede de Apoio Psicossocial nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), Consultório de Rua, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Além de diversas modalidades, seja na atenção hospitalar, abordagem psicoterapêutica, tratamento medicamentoso sob acompanhamento de especialistas e médicos em serviço ambulatorial ou consultório particular, são algumas dentre tantas outras ferramentas de cuidados disponíveis, por isso a procura por um profissional habilitado se faz tão importante.

Atualmente existem muitos recursos de oferta de ajuda, como sites que promovem o acesso a serviços online/presencial de suporte psicológico gratuito ou com baixo custo, e também o CVV, Centro de Valorização da Vida, é um serviço que disponibiliza de forma voluntaria e gratuita a todas as pessoas que precisam de acolhimento sob total sigilo por telefone, e-mail e chat, 24 horas todos os dias, através do 188.

ACREDITA QUE A PANDEMIA, QUE FORÇOU AS PESSOAS A SE DISTANCIAREM AGRAVOU ESTE QUADRO? SE SIM, COMO?

Sem dúvida, a condição da pandemia evidenciou um aumento significativo pela busca de serviços em saúde mental. Geralmente prestamos atenção na nossa saúde mental em situações de crise, momentos de dificuldades, que muitas vezes nos fazem sentir medo, ansiedade, nervosismo, tristeza, raiva. A COVID-19 é uma crise sanitária que afeta várias áreas, incluindo nossa saúde mental.

É comum que ela tenha gerado novos sentimentos, preocupações, nervosismo ou ansiedade. Não dá pra ter o mesmo comportamento de antes, precisamos reaprender diversas coisas, inclusive a cuidar de nós mesmos e de outras pessoas, lidar com frustrações e conviver intensamente com a família. Embora não seja nada fácil, momentos assim acabam nos ensinando a olhar diferente para vida, as coisas e as pessoas.

COMO A PSICOLOGIA AGE PARA PREVENIR ESTES CASOS?

A psicologia atua com foco na atenção, promoção, prevenção de saúde, não somente em casos de doença, mas em ações que visam a melhoria da qualidade de vida da população. Em saúde publica a atuação é ampla, desde a atenção primária até o nível terciário de atenção, além de atuar nos projetos e na gestão de serviços de saúde.

A psicologia que trata a depressão agregando a fé cristã

Créditos: Arquivo Pessoal. @drgiseleoliveira

Complementando o assunto, a psicóloga e teóloga Gisele Oliveira, (CRP 06 / 148633) escritora do livro Mulher Integral, mora nos Estados Unidos. País onde a taxa de suicídio cresceu 57% somente em 2020. O que coincide com o período da pandemia. Com uma visão técnica, também explica os motivos que a depressão pode levar alguém ao ponto de tirar a própria vida.

O projeto elaborado pela psicóloga, chamado “Mulher Integral”, dá as mulheres ferramentas para que elas potencializem sua natureza, entendam sua identidade original e ativem seu propósito.

Em um mundo onde, os maiores problemas de depressão, são causados por sintomas internos, o trabalho já fez com que diversas mulheres saíssem da depressão, através do auto conhecimento agregado à fé.

O QUE É A DEPRESSÃO E PORQUE ELA PODE LEVAR AO SUICÍDIO?

A influência da depressão no suicídio, abrange diversos fatores, como os transtornos mentais. O suicídio classifica-se por dois momentos distintos: o primeiro quando o suicídio era considerado ilegal. O segundo momento a condenação do suicídio passa ser absoluta e sem exceção.

A depressão é caracterizada pelos sintomas, como tristeza, desesperança, falta de motivação e desinteresse pela vida, esses fatores são influenciadores no comportamento suicida. A relação da depressão com o suicídio está ligada a diversos fatores que se enquadram no social, pessoal e psíquico. Por isso a importância de buscar ajuda profissional aos primeiros sintomas de depressão.

Os fatores que levam uma pessoa a desenvolver a depressão são vários. Cada caso é um caso. Temos até causas fisiológicas. Mas resumidamente, as causas são fisiológicas, emocionais e até mesmo transtornos mentais.

QUAIS DICAS VOCÊ COMO PROFISSIONAL DARIA PARA PESSOAS COM SINTOMAS?

Manter uma vida saudável em todas as áreas (alimentação e atividade física), fazer exames de rotina para verificar os níveis de vitaminas e hormônios, diminuir o uso de eletrônicos. Não se alimentar de notícias catastróficas e manter relações saudáveis, ter contato com a natureza sempre que possível. E sempre que for preciso, procurar ajuda de um profissional.

COMO IDENTIFICAR OS PRIMEIROS SINAIS DE DEPRESSÃO?

Os sintomas de depressão são variados. Mesmo porque temos alguns deles que se manifestam de forma sútil bem no início, que é principalmente o isolamento social. A falta de vontade de realizar as tarefas diárias, entre outros. Mas em geral, os sintomas são: tristeza, humor deprimido, que se caracteriza por desânimo persistente, baixa autoestima, sentimentos de inutilidade. Perda de interesse em atividades que antes a pessoa apreciava, mudança de apetite, ganho ou perda de peso, insônia, dormir em excesso, perda de energia ou fadiga acentuada. A avaliação profissional é de extrema importância em cada caso.

Pandemia e a fé contra o depressão e suicídio

Quando as pessoas que sofrem de depressão e tem pensamentos suicidas, boa parte procuram soluções para evitar que estes problemas surjam e assim tenham uma vida mais alegre com perspectivas de maior sucesso.

É importante parar um instante para orar e buscar novos rumos, tranquilizando a mente e o espírito. Créditos: Reprodução.

Para isso a fé entra como fator essencial para ajudar a encontrar caminhos e além de um alívio, pode dar rumos de como viver e desenvolver as atividades, trabalhos e estudos com mais alegria e leveza. A pastora Claudia César e Silva de Souza, da Igreja Peniel, da Vila Mathias, em Santos, explica como que a pandemia agravou com estes cuidados com a saúde mental.

“A pandemia trouxe pânico, medo e pavor da morte. Isso fez com que as pessoas ficassem vulneráveis a essa situação, com isso a depressão aumentou e veio o distanciamento, o isolamento que fez com que as pessoas adoecessem. Mas a Bíblia diz que ‘não e bom que o homem esteja só'”.

“O isolamento, e o distanciamento é um perigo para pessoas com probabilidade a depressão. Embora a depressão possa ocorrer a qualquer ser humano. Não existe pessoas imuno a isso, mas as pessoas conseguem vencer a tristeza, as dores e perdas mais que outras. Somos todos iguais”, conta.

Fé é essencial

Por isso a fé pode ser essencial para ajudar no enfrentamento contra a depressão. É o que conta o Padre Toninho, do Santuário São Judas Tadeu, no Marapé, em Santos.

“É um momento difícil que estamos vivendo, mas há uma boa perspectiva de superação. A gente não deve perder a esperança, a fé e a confiança. Não devemos nos isolar de ninguém e é fundamental procurar amigos e familiares para dividir tudo o que passamos. A experiência de estar com Deus é fundamental para manter uma vida com alegria”, explica o padre.

“A gente precisa ter uma estrutura no aspecto religioso para buscarmos superar este momento duro que a pandemia agravou. Devemos ler a palavra de Deus, na oração ou na bíblia e sempre confiando de dias melhores. É necessário olhar para frente e recomeçar a vida”, complementa.

Já a pastora Claudia César e Silva de Souza ressalta a importância da fé nestas horas e como ela é fundamental. “Eu vejo que a fé nos ajuda a vencer a depressão quando vemos que além de médicos e remédios, existe um ser maior: Deus. É Ele que se importa comigo, me aceita como sou, não me julga, não me cobra nada. Não me rejeita e sim pode aliviar minhas dores, o meu sofrimento que vem da alma não da minha carne”, explica.

“Fé e crer em algo que não vemos, mais que existe Deus, não o vemos, mas podemos senti-lo. Até o vemos não humanamente falando, mas podemos vê-lo no sol, no vento e até no amor e carinho das pessoas. Isso é fé que cura”.

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