Educação

Escolas estaduais de São Paulo retomam as aulas presenciais com 100% dos alunos

Não há protocolo de distanciamento, mas o uso da máscara continua obrigatório

A normalidade, aos poucos vai sendo retomada em São Paulo. Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 em duas doses, as escolas estaduais começaram, nesta quarta-feira (3) a receber todos os alunos e assim voltar a ter aulas presenciais com 100% da capacidade. A presença é obrigatória, mas somente em casos específicos que o estudante pode ter aulas remotas.

No último dia 18 de outubro, somente 24% das 5.130 escolas conseguiram abrir as portas para todos os alunos e garantir o distanciamento de 1 metro exigido até esta quarta pelas regras de combate à Covid-19.

Mas agora, todas as escolas voltam a funcionar sem esquema de rodízio. A exigência também vale para as escolas privadas. No caso das municipais, a maioria das prefeituras tem autonomia para decidir. O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares explicou que os estudantes só poderão deixar de frequentar as escolas mediante apresentação de justificativa médica, ou aqueles que fazem parte do grupo de exceções definidos.

Veja:

  • Gestantes e puérperas
  • Comorbidades com idade a partir de 12 anos que não tenham completado ciclo vacinal contra a Covid
  • Menores de 12 anos que pertencem a grupos de risco para a Covid e ou condição de saúde de maior fragilidade

uso de máscara por parte de estudantes e funcionários permanece obrigatório para todos, assim como a utilização de álcool em gel nas escolas e equipamentos de proteção individual por parte de professores e demais funcionários.

No início de agosto, o governo estadual liberou o retorno às aulas presenciais com 100% ocupação respeitando os protocolos sanitários, o que em algumas unidades exigiu revezamento de grupos. Apesar da autorização, o envio do estudante para a sala de aula era facultativo aos pais. Na ocasião, as prefeituras também tinham autonomia para definir as datas e regras de abertura.

Casos suspeitos

A Secretaria Estadual de Educação informou que se novos casos suspeitos de Covid-19 acontecerem, as “bolhas” das pessoas em contato seguirão sendo suspensas das aulas presenciais.

“Servidores, funcionários e alunos são acompanhados por meio do Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para Covid-19 da Secretaria. Quando há o surgimento de diagnóstico provável ou suspeito no ambiente escolar, os contactantes são identificados, a pessoa é isolada e orientada a buscar atendimento na rede de saúde. É o médico quem determina, conforme avaliação, o período de afastamento e a indicação e o tratamento que deverá ser seguido.

Já os alunos contactantes, por sua vez, são afastados das aulas presenciais e acompanham as atividades de classe por intermédio do Centro de Mídias. Dessa forma não há prejuízo para o aprendizado. Mas no caso dos servidores e funcionários, eles também são orientados para o acompanhamento médico. São eles que determinarão o afastamento e o tratamento”, diz a nota.

Apeoesp contesta liberação

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) considerou a medida desnecessária, descabida e perigosa.

Na avalição da Apeopesp, as escolas não têm condições de cumprir os protocolos de segurança contra a Covid.

Além disso, o sindicato ainda alega que em diversas instituições não há funcionários de limpeza para garantir a higienização das unidades.

Unesco é favorável

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) disse que apoia a volta do ensino 100% presencial e obrigatório nas escolas. A Unesco não tem dúvidas de que este é o momento de reabrir as escolas, especialmente considerando os prejuízos do ensino à distância na aprendizagem.

“Nada substitui o ensino presencial e sabemos que muitos alunos e famílias tiveram problemas de conectividade e nos equipamentos para o ensino hibrido. As populações vulneráveis não têm condições de comprar pacotes de dados e o suporte não foi suficientemente bem estruturado no Brasil. Embora tenha ocorrido o esforço das secretarias de Educação. A Unesco vêm alertando para a catástrofe que o ensino à distância pode causar na aprendizagem, com perdas educacionais muito expressivas, inclusive no processo cognitivo”, disse Marlova Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil.

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