
O jornalismo esportivo do Litoral Paulista está em luto nesta sexta-feira (26). Aos 83 anos emudece a voz de Sylvio Ruiz, ‘ o Verdadeiro’, que morreu em decorrência de uma infecção generalizada. O radialista estava internado no Hospital Santo Expedito em Santos e na carreira passou por vários veículos de comunicação, sempre com o bordão, ‘meu camaradinha’.
O velório de Sylvio acontecerá na Beneficência Portuguesa de Santos durante a manhã desta sexta-feira (26), das 11h às 15h, na Sala 2. Em seguida, o sepultamento será realizado no Cemitério do Paquetá.
Sylvio Ruiz começou a carreira em 1959 e trabalhou nas rádios Nacional (SP), Atlântica, Cacique e Guarujá (Santos) e Exelcior – que se transformou em Sistema Globo de Rádio – e na Rádio Guarujá. Na televisão, Sylvio Ruiz atuou na TV Paulista, Record e teve participação especial na emissora educativa Santa Cecília TV no programa Esporte por Esporte.
Sylvio Ruiz também gostava de escrever e defender a classe de jornalistas. Trabalhou nos jornais Diário Popular, Alvinegro, Ondas de Praia Grande, Gazeta Metropolitana e Espaço Aberto. Além disso, ele fundou a Associação dos Cronistas Esportivos de Santos (Acesan). Ele foi membro da Federação Nacional dos Jornalistas do Brasil (FENAJ).

O apelido de ‘O Verdadeiro’ foi dado a ele pelo amigo e narrador esportivo Osmar Santos, por conta das informações precisas e verdadeiras nas coberturas dos assuntos do Santos Futebol Clube. O reconhecimento também veio do próprio clube que, em outubro de 2016, entregou uma placa o homenageando pelos serviços prestados durante o aniversário de 100 anos da Vila Belmiro.
Legado
Os jornalistas da Região fizeram uma série de homenagens e lembraram com carinho a passagem marcante e o amor pelo esporte, especialmente pelo Santos, que Sylvio Ruiz tinha.
A Rede Noticiaz ouviu o depoimento de alguns destes profissionais que tem no radialista, uma iderança e esperteza de levar informações. É o caso do jornalista Paulo Rogério, editor da Revista Auto Aventura. Ele lembrou uma passagem marcante que teve com ele.
“O Sylvio, eu o via desde que eu era criança e ia com meu pai aos treinos do Santos e ele me mostrava o Sylvio. Eu achava curioso o nome dele ser parecido com o do Silvio Luiz. Depois eu o ouvi quando passei a ouvir mais o rádio”, lembra.
“Quando iniciei a carreira, em 1999, achei fantástico dividir a cobertura do Santos com ele, o mesmo repórter que eu via nos treinos. E ele sempre me tratando como igual, como colega, me ajudando. Quando entrei para o Radar Esportivo, em 2001, tocava a produção do programa que ia ao ar aos sábados e gradativamente fui para a apresentação. O Sylvio entrava ao vivo todos os sábados, sempre com informações”, detalha.
“Ele acompanhava os jogos da base do Santos e dizia que tínhamos que prestar atenção a um atacante chamado Robinho. O Sylvio chegou a entrar ao vivo em programas que foram ao ar nos dias 24 e 31 de dezembro. Extremamente profissional, um exemplo”, finaliza.
Mais depoimentos
O radialista Paulo Alberto, da Rádio Guarujá AM, Paulo Alberto também lebrou de Sylvio Ruiz com grande carinho. “Foi um grande amigo e parceiro do Radar Esportivo. Ficou por 13 anos, nos ensino e trouxe muita experiência para toda a equipe. Passamos grandes momentos juntos de alegria e de tristeza. O ‘Verdadeiro’ fez escola no jornalismo esportivo da Baixada e de São Paulo. Descanse em paz e Deus conduz”.
Já o radialista e narrador esportivo Walter Dias, lembra momentos marcantes de Sylvio Ruiz. “Deixa uma grande lacuna no rádio e TV santista. Foi um dos grandes jornalistas na cobertura do seu Santos Futebol Clube. Escreveu com letras de Ouro o seu nome no Jornalismo Esportivo. Estava doente já a alguns anos e não saia de casa. Perdeu a esposa sua grande companheira a uns seis meses Deixa os filhos Daniel e Adriana”, conta.
“Era um cara responsável e fazia com carinho aquilo que gostava, cobertura do Santos”, finaliza.
LEIA TAMBÉM
Formiga: A rainha que abriu as portas para o futebol feminino