Modelo acusado de matar grafiteiro é julgado em São Vicente
Os dois tiveram uma forte discussão e o acusado usou um skate para matá-lo


Acontece no Fórum de São Vicente o julgamento do modelo Eloy Buono Santos. Ele ocorre nesta terça-feira (30) e o réu é acusado de matar o grafiteiro Wellington Bezerra, conhecido como ‘Leto’. Eloy teria golpeado a vítima na cabeça usando um skate durante uma discussão por conta de uma tatuagem. O crime aconteceu em outubro de 2014 em São Vicente.
A decisão de levá-lo a júri popular foi do juiz Alexandre Torres de Aguiar, da 1ª Vara Criminal de São Vicente. apesar do crime, Eloy responde ao processo em liberdade e é acusado de homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Eloy chegou ao Fórum de São Vicente, por volta de 9h40, acompanhado do advogado dele, Mário Badures. O júri começou às 10h30. No total, dez testemunhas serão ouvidas, sendo cinco de acusação e cinco de defesa.
Argumentos
O advogado Darcio César Marques, que atua como assistente de acusação, diz que espera que a justiça seja feita. “Que o conselho de sentença, que representa hoje a sociedade vicentina, acate a tese da acusação e condene o réu pelas duas qualificadoras para que ele possa, enfim, pagar por esse crime cruel que ele cometeu”, disse Marques, antes do julgamento.
Já Mário Badures, que defende o réu, fala que pretende demonstrar aos jurados que o golpe não foi a causa da morte de Leto e que, também, não havia intenção de matá-lo. “A defesa está muito focada que a acusação de homicídio duplamente qualificado é totalmente descabível […]. Na verdade, o comportamento totalmente agressivo foi da vítima”, argumentou.
Ele ainda disse que exames periciais apontaram que o ferimento que causou a morte de Leto foi feito quando ele caiu no chão, e não no golpe de skate. “Não só a prova oral, mas o apoio da prova pericial demonstra que o skate foi usado como escudo. Onde o skate atinge o rosto do Leto, o traumatismo craniano está situado no lado oposto”, falou.
Entenda o crime
O grafiteiro Leto foi morto com um golpe de skate durante uma discussão com o modelo no bairro Catiapoã, em São Vicente. Ele fazia uma pintura no muro de uma residência quando recebeu o golpe na cabeça, sem aparente justificativa.
Segundo os laudos médicos da época, o grafiteiro teve afundamento do crânio, foi colocado em coma induzido e morreu dias depois. Eloy se apresentou no 1° Distrito Policial de São Vicente uma semana antes, afirmando que atacou Leto apenas para se defender. Uma testemunha chegou a afirmar que o modelo tinha a intenção de machucá-lo.
Em depoimento foi descoberto que os dois já se conheciam. O delegado Marcos Alexandre Alfino, responsável pelas investigações, disse na época que o modelo afirmou que ele tinha ido a um estúdio de tatuagem para fazer um desenho e que Leto trabalhava no local. O acusado, segundo a polícia, não havia gostado de um esboço feito pela vítima, naquela ocasião.
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