Saiba como ter um financiamento seguro para obter um imóvel
A ideia é facilitar os pagamentos, sem provocar maiores dívidas
Um dos principais componentes desse índice é o ônus do aluguel urbano seguido do aumento populacional. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o ano de 2021 acumulou uma alta de 17,78% no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), indicador usado pela grande maioria dos contratos de aluguel para calcular o reajuste do imóvel.
Mais do que nunca, portanto, ter a casa própria continua sendo um dos maiores sonhos das famílias brasileiras. Para isso, existem algumas formas facilitadas de aquisição do imóvel, entre elas, o financiamento imobiliário, um dos modelos mais escolhidos. Porém, ao optar por essa modalidade de pagamento, é preciso conhecer suas diferentes possibilidades. Luciana Hoffmann, coordenadora do departamento de financiamento Pessoa Física da Yticon, construtora do Grupo A.Yoshii, explica quais são e como funcionam.
Os últimos dados divulgados sobre deficit habitacional no Brasil em março de 2021, quando a Fundação João Pinheiro, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) publicou que, no país, faltam 5,8 milhões de moradias, com o cenário apresentando tendência de aumento nos próximos anos.
Modalidades de financiamento Imobiliário: SFH e SFI
Antes de tudo, é preciso saber que há duas modalidades de financiamento imobiliário (casas e apartamentos residenciais ou comerciais) por meio de bancos públicos e privados: o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).
“Pelo SFH é possível financiar imóveis residenciais de até R$ 1,5 milhão e os fundos são provenientes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Já pelo SFI, pode-se financiar imóveis residenciais ou qualquer outro tipo de imóvel acima de R$ 1,5 milhão, do qual o fundo é proveniente do Mercado de Capitais”, detalha.
Na modalidade SFH, ela explica que o FGTS pode ser usado como entrada na compra do imóvel. No entanto, o comprador se enquadre nos requisitos estipulados pelo Governo Federal, sendo que até 80% do valor ainda pode ser financiado. Mas as condições das taxas de juros cobradas por cada instituição bancária devem ser seguidas.
Tipos de taxas e juros
A parcela final do financiamento é composta pelo valor da parcela (amortizada), acrescido de juros fixos, indexador, seguro Danos Físicos do Imóvel, Seguro Morte por Invalidez e Taxa Administrativa. As taxas de juros, em geral, são fixas. “O que muda é o indexador, que pode ser baseado na Taxa Referencial, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que varia conforme a inflação – e Poupança, também chamada de Poupe Mais”, diferencia Luciana.
Para se ter uma ideia, em 2020, antes da pandemia, o governo alcançou um valor histórico do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), de apenas 2%, o menor patamar da história. Contudo, desde junho de 2021, a taxa vem subindo gradativamente e fechou o ano em 9,25%. “Geralmente, as instituições flexibilizam as taxas de juros para quem já é cliente do banco, ou se já possui conta aberta, bem como pelo número de movimentações e aplicações.”
Escolha o sistema de cobrança
Escolhida a forma de financiamento e o indexador, é hora de escolher o sistema de cobrança. Ela pontua que existem três que podem ser aplicados no financiamento: Tabela Price, Sistema de Amortização Constante (SAC) e Sistema de Amortização Crescente (Sacre). Conforme a coordenadora de financiamento, na Tabela Price, as prestações possuem valor fixo com juros já embutidos. “Na composição das parcelas, os juros são decrescentes e as amortizações crescentes”, explica.
Já no SAC, o valor das parcelas diminui com o tempo, já que, como o nome indica, o valor da amortização é constante e somente os juros diminuem. O Sacre, por sua vez, é uma união entre a Price e a SAC. “No começo, as parcelas terão um valor mais alto e, a partir de certo momento, começam a diminuir. Isso porque, o valor da amortização cresce ao longo do tempo, enquanto os juros diminuem. Num determinado momento, o valor da amortização para de aumentar e também começa a diminuir.”
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