Saúde

Conheça a lesão que atingiu o ator Tony Ramos

Neurocirurgiã detalha o sangramento cerebral sofrido pelo ator brasileiro

Após ser diagnosticado com um sangramento no cérebro, o destacado ator brasileiro Tony Ramos foi submetido a uma cirurgia de drenagem de hematoma subdural. O ator foi internado na última quinta-feira (16) e, segundo atesta o boletim médico, após o procedimento cirúrgico, o estado de saúde do ator é estável.

A neurocirurgiã Danielle de Lara, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC), explica que o hematoma subdural pode ser classificado de duas formas. “Quando é descoberto logo que aparece, é chamado de hematoma subdural agudo. Nos casos em que o sangue no local é proveniente de hemorragias antigas e os sintomas evoluem de forma gradual, o hematoma é considerado crônico.”

Danielle ainda alerta que os sintomas que o sangramento no cérebro apresenta nos pacientes são dores de cabeça intensas, confusão mental, alterações de memória, vômitos, dificuldade de fala, tonturas, fraquezas e problemas na visão.

O que causa o sangramento no cérebro?

Segundo a neurocirurgiã, vários motivos podem ocasionar o sangramento intracraniano. “Existem algumas razões que levam as pessoas a terem este hematoma subdural. O traumatismo craniano, por exemplo, pode causar este sangramento. Outra causa comum é o envelhecimento, que provoca a atrofia natural do cérebro, esticando os vasos sanguíneos e tornando o local propenso a rupturas”, detalha.

A especialista ainda explica que o uso de anticoagulantes e o excesso de bebida alcoólica são fatores que também causam sangramento no cérebro. O uso de anticoagulantes em pessoas saudáveis também apresenta riscos, mas eles são mínimos.

“O exagero em bebidas alcoólicas é outro motivo que leva ao sangramento intracraniano, porque pode atrofiar o cérebro com o tempo, levando à vulnerabilidade dos vasos sanguíneos”, informa Danielle.

Por que fazer a cirurgia de drenagem?

Danielle explica que o procedimento realizado tem como objetivo remover o acúmulo de sangue que acontece entre a superfície do cérebro e a dura-máter, que é a camada externa das meninges, e são rígidas, espessas e fibrosas, pois atuam na proteção do cérebro e da medula espinhal. “A cirurgia de drenagem de hematoma subdural atua na remoção desse coágulo intracraniano. Esta intervenção faz com que a pressão que existe no local do hematoma seja reduzida”, descreve a neurocirurgiã.

“Para os quadros crônicos, especialmente em que o paciente não sente sintomas, a indicação de cirurgia dependerá da localização e tamanho do hematoma. Em alguns casos é possível adotar um modelo mais conservador, com observação e exames de imagem frequentes”, conclui a especialista.

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