
Prestes a completar um ano em que o grupo do Facebook “Cabreuvanos Online”, onde mais de 43 mil cidadãos dos 47 mil moradores de Cabreúva utilizam a página para fazerem pequenas vendas, anunciarem vagas de emprego, reivindicarem causas e se informarem, por meio de reportagens compartilhadas, quase foi extinto, após ação judicial movida pelo ex-prefeito da cidade, Henrique Martin (MDB), alegando, sem a apresentação de provas concretas, que o “Cabreuvanos Online” estaria sendo usado para abuso do poder político, quais lições ficaram?
A primeira: em sua decisão de rejeitar o pedido feito por Martin, o magistrado Cássio Mahuad enfatizou que banir o grupo, porque existem publicações desfavoráveis ao ex-prefeito, seria uma ameaça à liberdade de expressão e à democracia.
“Impedir a livre manifestação de pensamento e a reunião de pessoas que compartilham ideias políticas em redes sociais, sem provas concretas de irregularidades, representa um sério risco à democracia”, destacou o juiz no texto e afirmou que a divulgação de ações e obras do prefeito por eleitores em redes sociais não configura crime.
A segunda: em suas redes sociais, Martin contou com a vitória antes da decisão judicial, dizendo “É uma pouca vergonha, uma injustiça e nada de democracia. Mas eu tenho a falar para essas duas (Daniela Aparecida Santi e Nathania Guimarães, que são administradoras do ‘Cabreuvanos Online’) que a Justiça será feita. Toc, toc, toc, para elas, que está chegando.”
Mal contava o ex-prefeito que, na tentativa de censura ao cabreuvano, o pedido de exclusão do grupo e a cassação das candidaturas do saudoso Antônio Carlos Mangini (PL) e da professora Noemi Bernardes (PODEMOS), alegando que o “Cabreuvanos Online” favorecia a campanha de reeleição de Mangini e Noemi, acusando as administradoras do grupo, Daniela Aparecida Santi e Nathania Guimarães, de promoverem interesses eleitorais de forma indevida, seria arquivado por ausência de provas.
A terceira: após o julgamento na Justiça, onde o ex-prefeito perdeu pela primeira vez em 2024, o julgamento feito pelo eleitor, no dia 6 de outubro, nas urnas, deu a segunda derrota no mesmo ano para Martin, que ficou mais de 6 mil votos atrás da chapa Mangini/Noemi.
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