Banco Central vai regulamentar PIX parcelado ainda em setembro
Nova modalidade promete ampliar acesso ao crédito, mas especialistas alertam para risco de endividamento
O Banco Central confirmou que vai anunciar, ainda em setembro, as regras de padronização do PIX parcelado, modalidade que permitirá dividir compras e transferências diretamente pelo sistema de pagamentos instantâneos. A medida deve beneficiar cerca de 60 milhões de brasileiros sem acesso ao cartão de crédito, ampliando a concorrência entre bancos.
O objetivo da regulação é criar uma experiência mínima padronizada, com mais transparência e princípios de educação financeira. Embora o parcelamento via PIX já seja oferecido por algumas instituições, a regulamentação deve alinhar regras e estimular a competição no mercado.
Como vai funcionar
O consumidor poderá parcelar uma compra ou transferência via PIX, contratando crédito junto ao banco onde já possui conta.
O lojista receberá o valor à vista, sem taxas de antecipação, diferentemente do que ocorre no cartão de crédito.
Em caso de atraso ou inadimplência, cada instituição aplicará suas próprias regras de cobrança e juros.
Comparação com o cartão de crédito
Enquanto o parcelado no cartão muitas vezes embute juros ou leva à cobrança do rotativo, a linha de crédito mais cara do mercado, com taxas acima de 15% ao mês, o PIX parcelado promete custos mais baixos para o consumidor e maior vantagem para os lojistas.
A Febraban classificou a novidade como um “movimento natural” do PIX, que já é o meio de pagamento mais usado no país. Já o Idec manifestou preocupação com o risco de superendividamento, principalmente entre famílias de baixa renda, e defendeu que a funcionalidade tenha regras claras, limites de contratação e proteção ao consumidor.
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