Cultura

Gilberto Gil é ‘imortalizado’ na Academia Brasileira de Letras

Artista ocupa a cadeira da ABL após ser eleito em novembro de 2021

Agora é oficial. O cantor, compositor e ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil, de 79 anos tomou posse como membro “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL). A posse aconteceu na noite de sexta-feira (8), após ser eleito para ter uma cadeira em novembro de 2021.

Gilberto Gil irá ocupar a Cadeira 20 da Academia, sucedendo o acadêmico Murilo Melo Filho, que foi advogado, escritor e um dos grandes jornalistas brasileiros da segunda metade do século XX.

A posse ocorreu no Petit Trianon, no Centro do Rio. A eleição de Gil para a Cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras foi em novembro do ano passado, quando o ícone da música brasileira recebeu 21 votos.

A cadeira 20 da ABL tem como patrono Joaquim Manuel de Macedo, e o fundador foi Salvador de Mendonça. Também a ocuparam Emílio de Meneses, Humberto de Campos, Múcio Leão, Aurélio de Lyra Tavares e Murilo Melo Filho, que faleceu em 2020.

O artista é, atualmente, o segundo negro a ocupar uma cadeira na ABL. O outro imortal é o escritor e professor Domício Proença Filho, que foi presidente da academia em 2016 e 2017.

Discurso

Em seu discurso de posse, Gil lembrou que é o primeiro representante da música popular brasileira a tomar posse na academia.

“Entre tantas honrarias que a vida generosamente me proporcionou essa tem para mim uma dimensão especial, não só porque aqui é a casa de Machado de Assis, um escritor universal, afrodescendente como eu, mas também porque a ABL, fundada em 20 de julho de 1897, representa mesmo para quem a critica a instância maior que legitima e consagra de forma perene a atividade de um escritor ou criador cultura em nosso país”, afirmou o novo “imortal”.

“A Academia Brasileira de Letras é a Casa da Palavra e da Memória Cultural do Brasil. E tem uma responsabilidade grande no sentido de fortalecer uma imagem intelectual do país que se imponha à maré do obscurantismo, da ignorância, e demagogia de feição antidemocrática”, disse ainda o compositor.

“Poucas vezes na nossa história republicana o escritor, o artista, o produtor de cultura, foram tão hostilizados e depreciados como agora. Há uma guerra em prol da desrazão e do conflito ideológico nas redes sociais da Internet, e a questão merece a atenção dos nossos educadores e homens públicos”, acrescentou.

“A ABL tem muito a contribuir nesse debate civilizatório. E eu gostaria, aqui, efetivamente, de colaborar para o debate, em prol da cultura e da justiça”, disse ainda Gil.

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