Saúde

Médico explica os impactos da pandemia da Covid no tratamento de câncer

O estudo chegou a ser publicado em um artigo científico

Que a pandemia da Covid-19 deixou diversas marcas, não é novidade para ninguém. Na saúde, além das sequelas em várias áreas, quem está tratando de câncer, especialmente na cabeça e pescoço, também tiveram impactos durante o tratamento.

É o que foi relatado na publicação de um artigo científico feito pelo cirurgião especialista em cabeça e pescoço, Dr. Rogério Dedivitis. Este estudo foi divulgado recentemente na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia e teve a participação de outros especialistas do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Brasil.

Segundo o especialista, o objetivo do estudo foi mensurar como a pandemia de Covid-19 impactou o acesso ao tratamento de pacientes oncológicos da especialidade de cabeça e pescoço e, principalmente, avaliar a demanda de consultas e acompanhamentos destes pacientes.

“O método da pesquisa foi um questionário online usado para a coleta de dados em todo o Brasil, nos Centros de Cirurgias de Cabeça e Pescoço”, destaca Dr. Rogério Dedivitis.

Ainda segundo ele, o questionário, incluiu características de cada centro, como o acompanhamento de pacientes com doenças de cabeça e pescoço entre 2019 e 2020. “Houve uma redução significativa no número total de consultas que chegou a 47,5%. Além disso, o número de atendimentos caiu para 24,8%, os exames diagnósticos também reduziram em 31,6% e os procedimentos cirúrgicos sofreram queda de 13,0%. Sendo assim, devido ao desmantelamento do sistema de saúde, nessa época, podemos dizer que os óbitos da pandemia não foram exclusivamente causados pelo Covid-19 e sim pela falta de recursos voltados ao câncer de cabeça e pescoço, que foram enviados ao enfrentamento da pandemia”, destaca.

Sendo assim, o cálculo da mortalidade pela pandemia de Covid-19 deve considerar não somente as mortes causadas diretamente pela doença, mas também todas aquelas oriundas de doenças que, como o câncer, tiveram um retardamento adicional na atenção, mudando de maneira decisiva a chance de cura e sobrevida em muitos pacientes.

O Brasil foi um dos países mais afetados pelo Covid-19 e torno-se epicentro da pandemia, com o terceiro maior número de casos e a segunda maior taxa de mortalidade.

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