Cadê o projeto do túnel da Zona Noroeste?
Desde a década de 1950 ele é discutido, mas nada saiu do papel
Uma construção que seria essencial para ajudar a mobilidade urbana e o desenvolvimento de Santos e São Vicente. Desde a década de 1950 o túnel que ligaria a Zona Leste com a Noroeste é comentado, mas pelo visto se tornou uma lenda. E a pergunta que os santistas e os vicentinos fazem é: cadê o projeto do túnel?
O arquiteto José Marques Carriço relembra um pouco da história deste projeto e como ele faria diferença não só entre as duas cidades, mas também para a Baixada Santista, especialmente na alta temporada. Segundo ele, a elaboração da ligação ocorreu no final da década de 1940, liderada pelo urbanista Prestes Maia.
Após intervenções feitas para a construção do túnel Rubens Ferreira Martins, que atualmente é um acesso para quem vem do Centro de Santos, sentido Praia e vice versa, foi sugerido a ligação de um túnel saindo do Jabaquara rumo à Via Anchieta.
Anos 1990
Mas em 1994, no governo David Capistrano, houve a revisão e a alteração do projeto, onde o túnel faria uma conexão entre o São Jorge, na Zona Noroeste, com o Marapé. O traçado seria um fácil acesso para ir ou vir para a divisa com São Vicente.
Carriço comenta qual era a real iniciativa. “A proposta era de que o túnel tivesse um caráter metropolitano, pois muitos moradores de São Vicente trabalhavam na Zona Leste de Santos, dinâmica que não se alterou até hoje. Na época prevíamos uma faixa exclusiva para ônibus.
Século XXI
Em seguida vieram os mandatos de Beto Mansur, João Paulo Tavares Papa e Paulo Alexandre Barbosa. O projeto foi discutido diversas vezes, teve projeto básico para definir o traçado. Mas a execução não foi realizada. Pra piorar, São Vicente teve construções o que inviabilizou a obra.
“No primeiro mandato do prefeito Paulo Alexandre, a Engecorps foi contratada para detalhar o projeto e foram elaborados novas alternativas de acessos em ambas as desembocaduras. Eram previstas desapropriações do lado do Marapé. Neste período participei das discussões junto com a equipe técnica da Secretaria de Desenvolvimento urbano (Sedurb), que tinha uma proposta de uso e ocupação do solo articulada com um plano de mobilidade urbana, que procuravam potencializar os impactos positivos dos projetos e mitigar os negativos”, conta.
O arquiteto urbanista afirma que, apesar de todo o dinheiro gasto em projetos e estudos, nada saiu do papel, frustrando a equipe, com prejuízo ao desenvolvimento regional. “No segundo mandato de Paulo Alexandre, o túnel do maciço central saiu da pauta de prioridades da Prefeitura, o que desperdiçou uma oportunidade de articulação deste projeto com o da Nova Entrada de Santos, que previa um conjunto de corredores de ônibus”, comenta.
O último orçamento do projeto do túnel da Zona Leste/Zona Noroeste foi que ele custaria R$ 456,3 milhões. Um estudo ambiental até foi anunciado, mas nada foi feito até o momento.
Com informações do Diário do Litoral.
Leia também
Ford vai encerrar operações no Brasil