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Trump impõe tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, mas poupa setores estratégicos

Medida dos EUA entra em vigor em agosto, afeta produtos como café e carne bovina, mas poupa setores como aeronáutico, automotivo e energético

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que eleva em 40 pontos percentuais a tarifa sobre produtos brasileiros, totalizando 50%. A medida entra em vigor em 6 de agosto e pode afetar significativamente a balança comercial do Brasil; os EUA são o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China.

Apesar do impacto, setores estratégicos foram poupados da sobretaxa, como aeronáutico, automotivo, energia, mineração e parte do agronegócio. Por outro lado, segmentos como café, carne bovina, frutas, calçados, têxteis e móveis devem ser os mais prejudicados.

Setores isentos

A nova tarifa traz uma série de exceções:

Aeronáutico: isenção para aviões, peças, motores e simuladores. Beneficia diretamente a Embraer e sua cadeia de fornecedores.

Automotivo: veículos e autopeças ficaram fora da tarifa, preservando competitividade das montadoras brasileiras.

Energia: produtos como petróleo, carvão, gás natural e derivados foram poupados, evitando distorções no setor energético.

Agronegócio (parcial): suco de laranja, castanha-do-brasil, madeira tropical, sisal e fertilizantes ficaram isentos.

Mineração e metais: itens como silício, ferro-gusa, ouro, prata, ferronióbio e alumínio escaparam da medida.

Eletrônicos: smartphones, antenas e aparelhos de som e vídeo também ficaram de fora.

Outras exceções incluem bens pessoais de viajantes, donativos, produtos retornados para reparo e mercadorias já em trânsito para os EUA.

Setores afetados

Alguns dos principais produtos exportados pelo Brasil foram incluídos na nova tarifa:

Café: com quase US$ 2 bilhões exportados aos EUA em 2024, o setor deve sofrer com a perda de competitividade.

Carne bovina: segunda principal exportação para os EUA; empresas como Minerva, JBS e Marfrig preveem impacto direto na receita.

Frutas: exportações de manga, açaí, uva e outras podem perder espaço no mercado americano devido ao encarecimento.

Têxteis, calçados e móveis: sem isenções relevantes, esses setores devem enfrentar queda nas vendas externas.

Justificativa e tensão diplomática

Trump justificou a medida com base em uma “emergência nacional” e acusou o Brasil de ameaçar a segurança e a política externa dos EUA. O decreto também critica o ministro Alexandre de Moraes (STF), alegando perseguição a Jair Bolsonaro e censura a plataformas digitais.

O documento menciona ainda o caso de Paulo Figueiredo, processado no Brasil por declarações feitas nos EUA, e determina o cancelamento dos vistos de Moraes, seus aliados e familiares.

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