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Dia Mundial da Conscientização do Autismo e os cuidados a serem seguidos

Data foi definida para levar a conscientização, os cuidados e a importância da integração para a sociedade

Nesta sexta-feira (2), é lembrado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. A data foi definida pela Organização das Nações Unidas, em 2008, para que toda sociedade saiba mais sobre a síndrome, as origens e causas, os tratamentos para desenvolver a pessoa, o respeito e ainda os cuidados a serem seguidos, especialmente na pandemia.

O autismo é  a deficiência de desenvolvimento que mais cresce no mundo, você sabia? Por isso, aumentando a conscientização, também ajuda as pessoas a compreenderem e não se assustarem com o desconhecido.

Desta forma, durante todo o mês de abril, você ouvirá sobre campanhas voltadas para o autismo, além de ter acesso a oportunidades especiais para reconhecer pessoas no espectro do autismo. Mas você sabe qual é a melhor maneira de apoiar o Mês de Conscientização do Autismo? É saber do que se trata e agir.

Entenda o autismo

De acordo com a ONU, o autismo é uma condição neurológica vitalícia que se manifesta na primeira infância, independentemente de sexo, raça ou nível socioeconômico.

Assim, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado principalmente por:

– interações sociais únicas;

– formas não padronizadas de aprendizagem;

– forte interesse em assuntos específicos;

– inclinação para rotinas;

– dificuldades em formas típicas de comunicação;

– maneiras particulares de processar informações sensoriais.

O que ele causa?

Baixa funcionalidade

Em geral, autistas costumam repetir movimentos de forma continuada e apresentam situações que requerem tratamento por toda a vida.

Funcionalidade média

Eles têm dificuldade de se comunicar, não olham nos olhos diretamente, e repetem comportamentos.

Alta funcionalidade

Também chamada de síndrome de Asperger, onde se apresentam as mesmas perdas, mas com um grau discreto. Eles podem estudar, trabalhar e até formar uma família.

Síndrome de Savant

Cerca de 10% pertencem a esta categoria, marcada por déficits psicológicos, mas detentores de uma memória extraordinária.

Desta forma, compreender os diferentes tipos de autismo que existem pode ajudá-lo a detectar os primeiros sinais em uma criança. Com um número crescente recebendo um diagnóstico, o primeiro passo é identificar que tipo de autismo uma criança tem, para ajudá-la a ter uma vida agradável e bem-sucedida.

As categorias do autismo

A Síndrome de Asperger, é o nível 1 do autismo e considerado o mais leve. A maioria das pessoas com esse transtorno, tem inteligência normal ou acima do normal e possui fortes habilidades verbais, mas a comunicação social continua sendo um desafio.

Já, o Transtorno Desintegrativo da Infância, talvez você já tenha ouvido histórias de crianças que estão se desenvolvendo. Elas possuem padrões de desenvolvimento normais quando, de repente, atingem um bloqueio e começam a regredir por volta dos dois anos de idade.

Este tipo de autismo pode parecer especialmente arrasador para os pais, pois muitas vezes, gera confusão e medo. Crianças que antes pareciam estar se desenvolvendo bem, sendo socialmente interativas, de repente, deixam “de ser elas mesmas” e se fecham. Os médicos postulam uma correlação entre este tipo de autismo e alguns distúrbios, que resultam até em convulsões.

No Transtorno invasivo do desenvolvimento, é geralmente menos severa do que as outras. As crianças com este tipo de autismo podem ter sofrido atrasos nos padrões de referência, como falar ou andar e, muitas vezes, ficam atrás de outras crianças em questão de ritmo em seus marcos de desenvolvimento.

Crianças com esse transtorno são capazes de controlar os sintomas de forma mais branda e com mais facilidade do que aquelas que foram diagnosticadas com as formas mais generalizadas de autismo.

Autismo na pandemia

Após um ano de pandemia e distanciamento social muitas famílias de crianças autistas têm sentido diretamente as consequências das mudanças de rotina na vida dos filhos. E ainda, em isolamento social, dentro das casas, os desafios são maiores.

O medo de contrair o vírus, o stress causado pelo trabalho, angústias de distanciamento do convívio social, todo desgaste psicológico dos pais e cuidadores dentro do contexto de uma pandemia tem chamado a atenção de especialistas. A busca por apoio e orientação parental tem crescido cada vez mais durante esse período:

“Com o aumento das restrições ocasionadas pela pandemia, muitas famílias tiveram seu volume de trabalho aumentado. Enquanto precisam manter seus empregos, ainda há a necessidade de fornecer cuidados em casa e treinamento complementar. Aproveitando o Dia Mundial de Conscientização do Autismo precisamos olhar também para os pais e cuidadores, conta o Dr. Adriano Barboza – PhD, BCBA, Pesquisador Colaborador no Munroe – Meyer Institute, da University of Nebraska Medical Center, Omaha (NE) e Consultor Técnico do Grupo Conduzir.

“Para aqueles que dedicam a sua vida ao tratamento dos filhos, divididos entre a rotina do trabalho e da casa. A saúde mental da família, juntamente com o desenvolvimento de habilidades que possam promover o desenvolvimento de independência de seus filhos e filhas, especialmente num momento como esse, precisa ser prioridade. Por isso, além do cuidado às pessoas com autismo, o cuidado aos cuidadores é essencial – a busca pelo acompanhamento psicológico é importantíssima”, explica.

Importância das escolas e clínicas

Após um ano de pandemia e distanciamento social é muito importante que as clínicas, escolas e instituições que cuidam das crianças com autismo (sejam elas púbicas ou privadas) acompanhem também as famílias, os cuidadores que estão em contato direto com as crianças dentro das casas, e que também estão restritos quanto à sociabilização e expostos às mudanças drásticas de rotina. Dr. Adriano Barboza, que também é Mestre e Doutor em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará, explica da importância desse olhar de perto, da orientação parental para esta fase:

“Primeiro de tudo, é importante que cada família possa desenvolver estratégias de autocuidado – saúde mental é extremamente essencial neste momento. Cada cuidador precisa ter uma perspectiva clara de quais são as expectativas de ensino para seu filho ou filha. Essas expectativas precisam ser alinhadas com o que é possível atingir, dentro do plano de ensino de cada indivíduo. Além disso, identificar que estratégias podem ser continuadas em casa é essencial, mas precisa ser feito de forma equilibrada. Ao mesmo tempo que é necessário investir em estabelecer condições para a promoção de comportamentos funcionais, é também preciso investir em criar relações positivas entre mães, pais e filhos(as). Não há aprendizado sem motivação.”

A Terapia ABA

A intervenção em ABA (Análise do Comportamento Aplicada) é comprovada cientificamente e indicada pela OMS (Organização Mundial as Saúde) para o tratamento de crianças com autismo. Durante o período de pandemia, os pais precisaram adaptar a rotina das crianças até mesmo em relação às terapias, para que os riscos de prejudicar o desenvolvimento dos filhos em isolamento social fossem minimizados:

“Temos certeza que os pais sempre estão em busca do que é melhor para seus filhos. Eles vão atrás da informação em diferentes lugares e pessoas para decidirem qual a intervenção mais eficaz para o desenvolvimento das crianças. Quando falamos em ABA, falamos de ciência, de uma intervenção cientificamente comprovada. Tudo o que acontece nesse tipo de terapia deve ser registrado e analisado para avaliar os progressos. Mas a intervenção vai muito além do momento da terapia e, por isso, é imprescindível ter a família como parceira, já que são eles quem passam a maior parte do tempo com a criança. Quando os pais estão preparados para manejar os comportamentos e aproveitar oportunidades para ensinar novas habilidades, a aquisição dessas novas habilidades acontece de forma muito mais rápida.”, comenta a psicóloga Karina Frizzi.

O apoio dos pais para o desenvolvimento dos filhos, com a aplicação da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) ao autismo é de grande importância para o acompanhamento das novas habilidades adquiridas. Seja a Intervenção em ABA aplicada de forma on-line ou presencial, é sempre importante verificar com o supervisor como a família pode acompanhar e adaptar as atividades que podem ser realizadas em casa – de acordo com o tempo, rotina e habilidades da criança.

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