Saúde

Anvisa vai visitar fábricas da Sputnik V

Após os relatórios técnicos é que a produção da vacina pode começar

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizará na próxima semana uma inspeção nas fábricas da vacina da Sputnik V, para a proteção contra a Covid-19. O objetivo é confirmar as Boas Práticas de Fabricação para aí sim começar a produção da vacina em solo brasileiro.

Já existe um acordo de compra da vacina que foi assinado. Além disso, governos de onze estados do Norte e Nordeste, além de outras prefeituras pelo Brasil firmaram acordos para a compra das vacinas. A Anvisa informa que o objetivo é verificar as Boas Práticas de Fabricação do imunizante contra a Covid-19 e também “levantar dados faltantes sobre a produção da vacina que são importantes tanto para a avaliação do uso emergencial como para o processo de importação”.

Só que ainda resta obter a aprovação da Anvisa para o uso emergencial, embora os acordos de compra tenham sido assinado. É com essa visita técnica que tudo será definido.

Entenda como será a inspeção

Duas instalações serão visitadas. A primeira inspeção ocorre dos dias 15 a 21 de abril com três servidores da Anvisa na fábrica responsável pela produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) e da vacina finalizada.

Ainda segundo a Anvisa, a segunda inspeção deve acontecer de 19 a 23 de abril na empresa responsável pelas etapas finais de envase e embalagem. “As datas das inspeções foram definidas em função da disponibilidade do Fundo Russo que solicitou que a inspeção tivesse início no dia 15 de abril para que houvesse tempo de preparar a documentação necessária para a condução da inspeção”, esclareceu a Anvisa.

Batalha pela importação

Governo federal e ao menos nove estados têm acordos para compra de milhões de doses do imunizante. Em março de 2021, o Ministério da Saúde fechou contrato para 10 milhões de doses, sendo que 400 mil doses já estavam previstas no cronograma de abril.

A vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a doença, segundo resultados preliminares publicados na revista científica “The Lancet”. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.

A Sputnik V usa a tecnologia de vetor viral. Nesse tipo de vacina, um outro vírus (nesse caso, o adenovírus) “leva” o material genético do coronavírus, o RNA, para dentro do nosso corpo. Mas esse adenovírus é modificado para não conseguir se replicar (reproduzir). Por isso, ele não causa doença.

No caso da Sputnik, o adenovírus que leva o coronavírus para dentro do corpo é diferente em cada dose: na primeira, é o Ad26 (mesmo da vacina da Johnson). Na segunda, é o Ad5, mais comum. Ambos são adenovírus humanos.

Os cientistas russos explicam que usar adenovírus diferentes pode ajudar a criar uma resposta imunológica mais poderosa – em comparação ao uso do mesmo vetor duas vezes –, pois diminui o risco de o sistema imunológico desenvolver resistência ao vetor inicial.

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