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Mausoléu para vítimas dos Crimes de Maio é vetado, mas memorial será construído

Homenagem especial será feita numa praça de Santos

Chegou a ser apresentado um projeto de lei para a construção de um mausoléu no Cemitério Areia Branca, em Santos, para homenagear as vítimas dos Crimes de Maio de 2006. Mas ele foi reprovado na Câmara de Vereadores. Contudo, uma homenagem aos mortos será feito por meio de um monumento a ser construído numa praça da Zona Noroeste.

A ideia do mausoléu havia sido designada por meio do Projeto de Lei 79/2020, do vereador Francisco José Nogueira da Silva (PT). No PL, aprovado pela Câmara dos Vereadores em junho deste ano, ficava determinado o translado dos restos mortais dos jovens moradores da cidade assassinados entre os dias 12 e 21 de maio de 2006, em decorrência do episódio conhecido como Crimes de Maio.

Mas na última terça-feira (10), o projeto de lei foi vetado pelo prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB). “Nós [mães] já sabíamos do veto, porque o prefeito avisou. Ele disse que tem um regimento interno do município que não agrega um mausoléu”, contou Débora Maria da Silva, coordenadora e uma das idealizadoras do Mães de Maio, grupo de apoio de parentes das vítimas. “Mas levamos a preocupação sobre a má conservação dos túmulos deles”, completou.

A Prefeitura de Santos respondeu que o projeto de lei é inconstitucional, porque cabe ao Executivo a iniciativa acerca dos serviços oferecidos pelo município à população. “O veto também teve como base a inviabilidade de investimentos municipais para a construção e manutenção do referido equipamento”, esclareceu.

A construção de um monumento

Nesta quinta-feira (12), foram explicados mais detalhes sobre a construção de um monumento foram acertadas. O encontro contou com a presença de algumas mães das vítimas, do prefeito e de vereadores envolvidos no projeto de construção.

“Construímos essa maquete junto com o artista plástico. Passamos, mais ou menos, como queríamos esse memorial”, conta Débora. O artista plástico responsável pela obra é Luis Garcia Jorge. “Ver o projeto sair do papel é uma emoção muito grande. A gente sentiu a presença de nossos filhos ali”, diz.

O monumento será construído na Praça Domingos Aulicino, no bairro Santa Maria. As obras serão iniciadas a partir de agosto e previsão de conclusão em dois meses. A praça fica na Zona Noroeste, onde vivia a maioria dos jovens assassinados.

Segundo a Prefeitura de Santos, o monumento consistirá numa roda formada por silhuetas humanas segurando flores, instalada sobre uma plataforma circular, com uma rampa de acesso de frente para a Avenida Jovino de Melo e um canteiro de flores. O monumento será construído de fibra de vidro e terá seis metros de diâmetro e dois metros e meio de altura, custando R$ 48 mil, recursos provenientes de emenda parlamentar.

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