Gabriel Medina faz o Brasil ser o país do surf
No duelo com o compatriota Filipe Toledo, ele venceu a WSL Finals e faturou o tricampeonato
Quando se fala em surf no Brasil não tem jeito de não lembrar de outro nome senão o de Gabriel Medina. O primeiro campeão mundial da WSL repetiu este feito pela terceira vez nesta terça-feira (14) e na etapa de Tresles, nos Estados Unidos, ele venceu o compatriota Filipe Toledo e assim faturou o tricampeonato do Mundial de Surf.
Gabriel Medina sempre deixou claro a vontade de vencer por três vezes a competição e agora ele igualou a marca de outros campeões, os surfistas Tom Curren (EUA), Andy Irons (HAV) e Mick Fanning (AUS). E a chamada Brazilian Storm continua bem em alta porque nos últimos 7 anos, foram cinco conquistas de brasileiros. Três delas de Medina. E o surfista de São Sebastião não escondeu a emoção do título.
“Conquistei o meu maior objetivo no surfe. Estou chorando agora porque é um mix de emoções. Estou feliz, emocionado. Sou feliz de fazer parte desse time (brasileiro). Eles me puxam e eu puxo o nível deles”, disse Medina.
No final, a WSL Finals definiu os campeões mundiais da temporada de 2021, com os 5 primeiros do ranking masculino e feminino se enfrentando em apenas um dia de competição. Líder do masculino na temporada regular, Medina já entrou classificado para a decisão e ficou esperando pelo vencedor do mata-mata que contou com Italo Ferreira (2º do ranking), Filipinho (3º), o americano Conner Coffin (4º) e o australiano Morgan Cibilic (5º).
Uma final eletrizante
Depois de esperar e assistir a um dia inteiro de competição, Medina foi para sua bateria na final contra Filipinho, que eliminou o campeão olímpico Italo Ferreira. Precisando vencer dois confrontos para se sagrar tricampeão, Medina abriu a primeira bateria decisiva com uma nota 5, enquanto Toledo levou a melhor na primeira troca com um 7. Era só um aquecimento para o que estava por vir nos 15 minutos finais.
Primeiro Filipe acertou uma sequência de batidas de backside para tirar um 8,33 dos juízes. Na mesma série de ondas, Gabriel veio na de trás. Ele acertou uma rasgada e decolou para dar um áereo frontside grab e aterrissar na base da onda para tirar a maior nota do dia: 9.
Precisando de um 7,98 para virar, Filipinho pegou uma bela direta a 5 minutos do fim, acertou duas belas rasgadas, um floater e ainda finalizou na junção. Ele trocou a segunda nota, fez 7,37. Mas não foi o suficiente para bater Gabriel: 16,30 a 15,70.
A segunda bateria da final começou com Filipe pegando a melhor na série de duas ondas que vieram. O sufista da Ubatuba conseguiu um 7,83, enquanto Gabriel fez um 6,33. O show do futuro tricampeão começou quando ele pegou a ir para as esquerdas. A primeira grande nota veio com uma sequência de batidas e rasgadas e a finalização com um aéreo reverse: nota 8,50.
O tubarão e o título de Medina
Com a pressão de não poder perder a bateria, Filipinho começou a se arriscar mais e cometeu alguns erros, buscando um 7,01 para virar. Faltando 18 minutos para o fim, um tubarão de mais de 2m foi visto próximo ao pico de Trestles. A organização do evento, resgatou os surfistas no mar com jetski e paralisou a disputa.
Com o tubarão afastado do local, a bateria foi retomada e veio o grande momento de todo o campeonato. Depois de Filipe conseguir um 8,53 em uma direita muito bem surfada, Gabriel pegou uma esquerda, acelerou com tudo e acertou a manobra que apenas ele tinha conseguido completar em uma campeonato: o backflip. Um mortal para trás que valeu a nota 9,01. Fim de bateria: 17,53 a 16,36 para o novo tricampeão do surfe mundial.
Já no feminino, Tatiane Weston-Webb estava na briga para conquistar o primeiro título mundial feminino de surf. Chegou perto na decisão de tentar vencer a tetracampeã Carissa Moore (HAW). Mas acabou ficando com o vice e viu a havaiana levar o quinto campeonato.