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Recusa de Bolsonaro pela regra de vacina na ONU provoca repercussão

A ONU determina que todos os líderes devem estar vacinados. Mas não haverá uma checagem para saber se todos estão vacinados

Não caiu nada bem a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro foi até à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) sem estar vacinado contra a Covid-19. Jornais dos Estados Unidos, do Reino Unido e de outros países repercutiram esta informação.

Prefeito de Nova York fez duras críticas Bolsonaro e recomenda que todos se vacinem contra a Covid. Créditos: Reprodução.

É importante lembrar que a sede da ONU fica em Nova York, nos Estados Unidos e lá há a exigência de um comprovante de vacinação para que as pessoas entrem em ambientes públicos que são fechados (como o saguão onde acontece a reunião). Por diversas vezes Bolsonaro fala que não se vacinou e que não pretende tomar. Mas caso ele se vacine, o presidente disse que seria o último.

A prefeitura de Nova York pediu para que os chefes de estado fossem obrigados a comprovar vacinação para entrar no prédio das Nações Unidas. Mas o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a entidade não tem como exigir isso.

New York Times

O jornal afirma que a ideia de exigir a vacinação é evitar que a Assembleia se torne um evento que resulte em muitas contaminações. Cada Assembleia tem um presidente, neste ano, é o ministro de Relações Exteriores das Ilhas Maldivas. Ele reforçou a ideia de que as pessoas presentes na reunião devem estar vacinadas.

“Os dirigentes da ONU disseram que os funcionários da sede devem ser vacinados, mas que para os visitantes muito importantes há um ‘código de honra'”, diz o jornal —ou seja, que cada um dos líderes no local precisa manter sua palavra sobre estar vacinado.
O jornal, então, escreve dois parágrafos sobre o presidente do Brasil. Veja a seguir:

“O presidente Jair Bolsonaro, do Brasil, declaradamente cético em relação à vacinação, cuja popularidade caiu, em parte, por causa do que os críticos chamam de sua gestão desastrosa da pandemia, prometeu que não seria vacinado antes de seu discurso.”

“Ele foi infectado com Covid há mais de um ano e, depois, afirmou ter se curado tomando hidroxicloroquina, um medicamento contra a malária que não se mostrou eficaz no tratamento de Covid.”

The Washington Post

O jornal descreveu que o presidente Bolsonaro alegou que tem liberdade pessoal [para recusar a vacina] e que ele é contrário às restrições ligadas ao combate ao coronavírus. “Ele afirmou que ninguém deve ser proibido de ir e vir como bem entendem. Elogiou os supostos poderes de cura do remédio contra a malária cloroquina, mesmo muito tempo depois de cientistas ao redor do mundo terem qualificado a droga como ineficaz. Ele rotineiramente se mostra disposto a contradizer os especialistas.

‘The Guardian’

O jornal britânico publicou um texto no qual cita o presidente brasileiro, que afirmou que será vacinado depois que todos os outros já estarem imunizados.

“A aparição do líder do Brasil no encontro da ONU parece ter sido garantida depois que o secretário-geral [da ONU], António Guterres, admitiu que não seria possível negar o acesso aos líderes de Estado não-vacinados. Não será exigido dos representantes uma prova de imunização antes de entrar no evento, cujo discurso de abertura será feito pelo Bolsonaro.”

Protesto contra Bolsonaro

Muitos protestos estão ocorrendo pelas ruas de Nova York. Créditos: Reprodução/Twitter

Enquanto isso, a presença de Jair Bolsonaro e da comitiva brasileira tem gerado um tremendo mal estar para os brasileiros que vivem em Nova York. Diversas manifestações contra o presidente com muitas acusações tem ocorrido.

Além de cartazes e faixas, imagens em telões da cidade norte-americana também tem sido exibidas. Para evitar possíveis retaliações, Bolsonaro e a comitiva tem usado acessos alternativos, como os fundos de hotel ou outras rotas.

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