

Foi condenado a seis anos e nove meses de prisão o ex-vereador de Itanhaém, Valdir Gonçalves Mendes, popularmente conhecido como Valdir do Açougue. Ele também já foi presidente da Câmara Municipal e a sentença foi em primeira instância pelo crime de associação ao tráfico de drogas.
Valdir foi preso em julho de 2020 durante a Operação ‘Coche’ da Polícia Civil, voltada ao combate do crime organizado no município. Mas além dele, outras sete pessoas foram condenadas. Na sentença, o juiz Paulo Alexandre Rodrigues Coutinho descreveu que, após análise do material, foi notada a participação do grupo no fortalecimento da facção criminosa. Um dos condenados está foragido e os demais permanecem presos.
A condenação de Valdir do Açougue é resultado de uma investigação feita pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Itanhaém durante quatro meses.
Detalhes
O promotor Romildo da Rocha Souza explicou que o nome da Operação ‘Coche’, que significa carro em espanhol, diz muito sobre ela. “Veículos sendo utilizados pelo crime organizado para o transporte clandestino para que o crime organizado auferisse um lucro contínuo com valores continuamente recebidos e também no transporte de drogas e armas.”
Souza disse que as investigações evidenciam o envolvimento de Valdir do Açougue no transporte clandestino em Itanhaém. “A prova foi muito bem feita nesse sentido, inclusive, com dados obtidos no celular em poder do acusado, além de interceptações telefônicas onde ele participava de reuniões juntamente com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).”
“Teriam crédito com um dos proprietários de linha, avaliado em R$ 22 mil, e ele cedeu esse crédito para que o crime organizado pudesse cobrar esse valor e, em troca disso, a pessoa, que é dono particular da linha, não conseguisse pagar, entregasse a linha e, assim, o crime organizado conseguisse se locupletar de forma plena, dominando todas as linhas da cidade”.
Investigações
O ex-vereador também aparece em outro inquérito policial após as investigações da Dise encontrarem indícios de que o ex-parlamentar estaria recebendo uma mesada de R$ 4 mil por pelo menos oito anos. Além dele, outros políticos também teriam recebido valores mensais. O Ministério Público e a Polícia Civil apuram a denúncia.
O promotor disse que há uma suspeita, que precisa ter indícios suficientes. “Quando eu tiver, aí sim poderei oferecer a denúncia. Hoje, tecnicamente, eu classifico a situação como suspeita. Uma séria suspeita.”
Defesa
Em nota, a defesa de Valdir Gonçalves Mendes afirmou que entende que a sentença se mostrou equivocada e distante das provas produzidas no processo.
Ainda de acordo com a defesa, foram apresentadas provas convincentes de que Valdir do Açougue jamais participou de qualquer atividade como os demais réus e que a defesa vai recorrer da sentença porque considera injusta.
LEIA TAMBÉM