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Modelo acusado de matar grafiteiro em São Vicente é inocentado

A alegação dada pelo réu foi que ele agiu em legítima defesa após discussão

Saiu a sentença do caso do modelo Eloy Buono Santos que agrediu e matou o grafiteiro Wellington Bezerra, o Leto, em São Vicente. O réu foi absolvido da acusação de homicídio duplamente qualificado. O caso ocorreu em 2014, quando após uma forte discussão, o modelo deu um golpe de skate na cabeça do grafiteiro, que ficou em coma por um traumatismo craniano e morreu 12 dias depois. A acusação afirma que irá recorrer.

O julgamento aconteceu no Fórum de São Vicente e Eloy responde ao processo em liberdade e foi julgado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima.

No total, sete testemunhas compareceram ao júri, que aconteceu nesta terça (30). Após cerca de 17 horas de julgamento, o Tribunal do Júri, composto por seis mulheres e um homem, votou pela absolvição do réu. A tese de defesa de Eloy, feita pelo advogado Mário Badures, se baseou em ato de legítima defesa, pois Leto estaria agressivo e teria partido para cima do modelo e, também, no laudo médico que apontou que o traumatismo craniano da vítima estava localizado no lado oposto ao golpe.

Segundo Badures, antes do julgamento, que exames periciais apontaram que o ferimento que causou a morte de Leto foi feito quando ele caiu no chão, e não no golpe de skate. “Não só a prova oral, mas o apoio da prova pericial demonstra que o skate foi usado como escudo. Onde o skate atinge o rosto do Leto, o traumatismo craniano está situado no lado oposto”, falou.

O advogado Darcio César Marques, que atua como assistente de acusação, disse que a decisão foi “completamente contrária às provas dos autos”. Ele garante que irá recorrer da decisão.

A morte de Leto

Leto foi morto com um golpe de skate durante uma discussão com o modelo no bairro Catiapoã, em São Vicente. Ele fazia uma pintura no muro de uma residência quando recebeu o golpe na cabeça, sem aparente justificativa.

Segundo os laudos médicos da época, o grafiteiro teve afundamento do crânio, foi colocado em coma induzido e morreu dias depois. Eloy se apresentou no 1° Distrito Policial de São Vicente uma semana antes, afirmando que atacou Leto apenas para se defender. Uma testemunha chegou a afirmar que o modelo tinha a intenção de machucá-lo.

Em depoimento foi descoberto que os dois já se conheciam. O delegado Marcos Alexandre Alfino, responsável pelas investigações, disse na época que o modelo afirmou que ele tinha ido a um estúdio de tatuagem para fazer um desenho e que Leto trabalhava no local. O acusado, segundo a polícia, não havia gostado de um esboço feito pela vítima, naquela ocasião.

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