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Júri popular do ‘Maníaco da Peruca’ é marcado para acontecer em abril

Ele foi o responsável por cometer assassinatos contra funcionários de uma clínica dentária entre 2014 e 2015

Saiu a data para o júri popular do dentista Flávio do Nascimento Graça, de 39 anos, acusado de matar três pessoas e ferir outros funcionários de uma clínica dentária de Santos. A data do julgamento foi marcada para 5 de abril no Fórum de Santos. Ele ficou conhecido como o ‘Maníaco da Peruca’ e cometeu os crimes entre 2014 e 2015, usando uma peruca para não ser reconhecido.

De acordo com a investigação, Flávio é apontado como autor de três homicídios, mas também de duas tentativas de homicídio contra os donos e uma ex-funcionária da Clínica Americana. Depois de analisar imagens de monitoramento, a Polícia Civil descobriu que Flávio monitorava os passos das vítimas. Elas faziam parte de um consultório dentário concorrente ao dele, localizado na mesma rua.

De acordo com a investigação, Flávio cometeu os crimes por vingança. O dentista tinha entrado em falência e atribuía isso à concorrência. O acusado usava como disfarce uma peruca. Assim, ficou conhecido como ‘Maníaco da Peruca’.

Flávio foi preso quatro anos após o primeiro crime e permanece na Penitenciária de Tremembé. Depois de mais de sete anos do primeiro crime, Flávio será julgado no Fórum de Santos, a partir das 9h, no dia 5 de abril. A previsão é que seja um júri longo e complexo.

O júri

Ao todo, pelo menos quinze testemunhas devem ser ouvidas, além dos sobreviventes e do interrogatório do réu. O desafio da defesa será convencer as sete pessoas, que vão compor o júri popular, que o réu é incapaz de cometer os crimes.

Já a acusação vai usar vários argumentos como provas contrárias a essa tese, principalmente, os laudos de dois exames que provaram que Flávio tem consciência de tudo o que fez. Entre as testemunhas que serão ouvidas estão médicos psiquiatras que assinaram laudos de avaliações feitas em Flávio.

O pedido para que Flávio vá a júri popular foi analisado e deferido pelo juiz titular da Vara do Júri e Execuções do Foro de Santos, Alexandre Betini, após dois laudos de sanidade mental do réu apresentarem resultados diferentes. Os exames foram pedidos após Flávio alegar que não lembrava do que tinha acontecido, durante seu depoimento à Justiça.

Diante disso, a defesa do réu pediu exame de sanidade mental por acreditar que ele tinha problemas psiquiátricos. O laudo solicitado foi assinado por dois médicos psiquiatras, peritos da Justiça, e atestou que Flávio tem esquizofrenia. No entanto, durante os exames, um perito do Centro de Apoio Operacional à Execução acompanhou o acusado e, com isso, emitiu um novo laudo.

O documento do perito do Ministério Público concluiu que o réu é inteiramente capaz de entender o que fez e afirma que Flávio não preenche os critérios para o diagnóstico de nenhum transtorno mental, inclusive esquizofrenia. Com a dúvida de ambos os laudos, o juiz decidiu que Flávio fosse a júri popular. A decisão foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico no dia 22 de junho de 2020.

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