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Santos é a líder no Brasil em saneamento básico, segundo o Instituto Trata Brasil

Apesar das palafitas, cidade consegue se destacar no desenvolvimento sanitário

Quando se fala da cidade de Santos, uma das lembranças das pessoas são os canais. Eles foram essenciais para melhorar o saneamento básico. E nesta terça-feira (22), o município foi escolhido como o primeiro lugar em saneamento básico. Notícia para ser comemorada? Nem tanto, devido a presença das palafitas, considerada a maior do Brasil e que são as responsáveis diretas pelo descarte irregular.

De acordo com o estudo com as 100 maiores cidades do país, que concentram aproximadamente 40% da população brasileira, por meio de uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do ano de 2020, publicado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.

Na tabela que mostra o Índice de Atendimento de Água à População, Santos aparece com 100% de sua distribuição. Na tabela de Atendimento de Esgoto, o município aparece com 99,93%.

No índice de esgoto tratado referido à água consumida, a cidade aparece com 97,60%. Na questão do Indicador de Investimentos Totais por Arrecadação, o município ficou em primeiro lugar, junto a mais 20 cidades, porém, seu indicador aponta uma porcentagem de apenas 6,92%. Segundo o levantamento, isso se dá devido à universalização de seus serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e tratamento de esgoto, além de possuir níveis de perdas baixos.

Segundo a prefeitura, o investimento total em cinco anos foi de cerca de R$ 120 milhões, e o custo por habitante foi de R$ 55,25.

Soluções com as palafitas

O levantamento só considerou as morarias oficiais e regularizadas. Ou seja, a região da Vila Gilda, na Zona Noroeste não foi contabilizada e é lá que as palafitas se concentram e são responsáveis diretas pelo descarte irregular do lixo.

De acordo com o prefeito Rogério Santos (PSDB), o projeto Parque Palafitas é a grande esperança para resolver a questão habitacional.

O projeto busca a reorganização do território das unidades habitacionais construídas na comunidade conhecida como Dique da Vila Gilda, congelando a construção de novas moradias na área de invasão, e focando na preservação do meio ambiente. A ideia é a construção de conjuntos habitacionais na área seca do mangue, próximos à via, e de habitações com estrutura pré-fabricada (casas) sobre a água.

O que diz a Sabesp?

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) também se manifestou sobre o resultado do estudo. Confira abaixo na íntegra:

“Santos se mantém entre as melhores posições desde as primeiras divulgações do ranking do saneamento do Instituto Trata Brasil. São índices consolidados, reflexo da universalização da cobertura dos sistemas de abastecimento de água e de coleta e tratamento dos esgotos. Foi 1º lugar em 2011, 2012, 2020, 2021 e agora em 2022.

De janeiro a setembro de 2021, foram investidos R$ 326 milhões na Baixada Santista em obras para melhoria e expansão do abastecimento de água e esgotamento sanitário. A Sabesp tem planejamento e acompanhamento dos indicadores, o que permite se antecipar na execução das ações.

Em Santos, recentemente, foram concluídas duas grandes obras para melhoria e reforço do sistema de abastecimento: R$ 11,7 milhões no bairro Marapé, para a renovação de 1,8 km de adutoras; e outros R$ 14 milhões na Zona Noroeste para 14,5 km de novas tubulações, entre outros equipamentos.

A contratualização permite um melhor alinhamento da gestão pública. Em 30 anos, planeja-se investir nas nove cidades da Baixada Santista cerca de R$ 5,5 bilhões. Somente em Santos, estão previstos R$ 450 milhões (em todo período de vigência do contrato).

Por meio do maior projeto de saneamento ambiental da costa brasileira, o Programa Onda Limpa (que amplia a cobertura da coleta e tratamento dos esgotos), já foram aplicados R$ 1,99 bilhão desde 2007. Neste momento, uma 2ª Etapa de R$ 1,4 bilhão se encontra em andamento e uma 3ª Etapa já está prevista (e estimada em R$ 500 milhões) para buscar a universalização dos serviços na região.

O maior desafio da Sabesp atualmente é atuar nas áreas informais junto com as administrações municipais – entre outros órgãos competentes – atendendo à legislação vigente para buscar a universalização do saneamento, conforme cronograma estabelecido em plano de investimento dos contratos municipais”.

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