Dia seguinte à megaoperação no Rio: imagens mostram os impactos da ação contra o Comando Vermelho

Megaoperação no Alemão e na Penha já registra mais de 130 mortos; governo confirma 58 oficialmente e investiga corpos encontrados na mata.

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Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, levaram pelo menos 74 corpos à Praça São Lucas, na madrugada desta quarta-feira (29), um dia após a operação mais letal da história do estado.

Desde terça-feira (28), a operação nos complexos do Alemão e da Penha, com mais de 2.500 agentes, resultou em pelo menos 132 mortes, incluindo quatro policiais. O governo estadual, no entanto, confirmou oficialmente 64 óbitos – incluindo quatro policiais –, mas os números finais devem passar de 100.

Os corpos levados pelos moradores estavam na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, local de intensos confrontos entre traficantes e forças de segurança. Muitos apresentavam ferimentos de bala, rostos desfigurados e marcas de violência, incluindo um caso de decapitação. Segundo moradores, os corpos foram deixados sem camisa para facilitar o reconhecimento por familiares.

A Polícia Civil informou que o reconhecimento oficial ocorrerá no prédio do Detran, ao lado do Instituto Médico-Legal (IML), enquanto outras necropsias sem relação com a operação serão feitas no IML de Niterói.

Além disso, seis corpos chegaram ainda de madrugada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas em uma Kombi, segundo relatos de moradores.

A operação também resultou na transferência de dez integrantes da cúpula do Comando Vermelho de Bangu 3 para a penitenciária de segurança máxima Bangu 1, como medida de resposta às represálias e barricadas em diversas vias da cidade.

O governador Cláudio Castro classificou a ação como um “sucesso” e declarou que apenas os policiais mortos são considerados vítimas. O destino dos corpos encontrados na mata e levados pelos moradores será investigado pela perícia.