Saúde

Primavera é marcada por ser época da catapora

Especialistas explicam os motivos do surto e um alerta para não haver a confusão com a varíola dos macacos

Com o final do inverno as doenças como gripes, resfriados e doenças respiratórias dão uma trégua, mas com a chegada da primavera outras doenças entram em cena. Entre elas a catapora. A ocorrência de surtos é mais comum nessa época até o final do ano.

Para prevenir, as crianças devem ser vacinadas. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), bem como o Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomendam duas doses da vacina contra a varicela: a primeira aos 15 meses e a seguinte aos 4 anos  de idade.

“A catapora, também conhecida como Varicela, é uma doença infecciosa aguda, altamente transmissível, causada pelo vírus varicela-zóster. Ela é sazonal e o principal sintoma da catapora é o aparecimento de vesículas (bolhas) na pele que tem início após um período de incubação que varia entre 10 e 21 dias. As lesões começam no tronco e só depois se disseminam para o restante do corpo. Outros sintomas são: mal-estar, cansaço, dor de cabeça, perda de apetite e febre baixa”, explica a infectologista e pediatra do Hospital Universitário de Jundiaí, Dra. Márcia Borges Machado.

A transmissão da doença ocorre principalmente pelas gotículas de saliva, pelo espirro e pela tosse ou pelo contato direto com o líquido das bolhas. Mas raramente pode acontecer de forma indireta, pelo contato com objetos recém-contaminados com secreção das vesículas.

Perigo ao confundir com a varíola dos macacos

Nesse ano, a doença pode ser confundida com a Monkeypox, mas vale ressaltar que elas não são iguais. “A monkeypox é uma doença que existe na natureza, como zoonoses e a transmissão é através do contato íntimo e sexual, concentrando as lesões nas regiões genitais. Já a catapora só existe em humanos e as lesões ocorrem pelo corpo todo”, reforçou a especialista.

A catapora atinge crianças pequenas, mas se torna grave quando ocorre em adultos e pacientes com comorbidades. “Ela pode evoluir com complicações como meningite, pneumonia e infecções bacterianas”, comentou a Dra. Márcia.

O diagnóstico é clínico e o tratamento é sintomático. “São administrados antitérmicos para controlar a febre e a prostração. Além disso, alertamos que não se administre aspirina ou outros medicamentos contendo ácido acetilsalicílico (AAS) para baixar a febre em crianças com a doença. Uma vez contaminado, o paciente deve ficar em casa, longe do convívio social, e esperar que as lesões da pele cicatrizem, para só aí retomar sua rotina normal” concluiu a infectologista.

A vacina contra a catapora é a forma mais segura de prevenir a doença. A tetra viral (que também protege contra caxumba, rubéola e sarampo) é aplicada em crianças com 15 meses de idade, mas só após ela ter recebido a tríplice aos 12 meses. Caso a tríplice não tenha sido ministrada, basta procurar o posto de saúde mais próximo. Neste caso, a tetra viral é aplicada após 30 dias.

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