Esporte

Ponte Preta completa 120 anos de vida

Clube é o mais antigo em atividade no Brasil

Dicá, Oscar, Washington Coração Valente, Luís Fabiano, Jair Picerni, Carlos, Marco Aurélio, Damião, Rodrigues, Dadá Maravilha e tantos outros atletas que certamente o torcedor da Associação Atlética Ponte Preta conhece e guarda na memória como estrelas. O 11 de agosto é dia de festa para Campinas, porque o clube completa 120 anos de muitas histórias e por ser um dos grandes celeiros de craques do futebol brasileiro.

A origem começou com um grupo de alunos do Colégio Culto à Ciência, que passava suas tardes jogando bola em campos improvisados. Isso porque no ano de 1900, o esporte, que há pouco tempo havia chegado ao Brasil somente era liberado para a alta sociedade. As outras pessoas menos favorecidas, por mais que amassem ver e querer praticar o futebol, não podiam. O jeito era jogar “as escondidas”, nas várzeas e bairros mais afastados. E no caso de Campinas, um desses bairros onde essa turma jogava era o nome que viraria referência para o Interior Paulista: Ponte Preta.

Primeiro time registrado formado pela Ponte Preta em 1912.

Por que esse nome? Na época, a ferrovia municipal havia construído uma ponte de madeira naquela região e a obra, para que pudesse ser melhor conservada, foi tratada com piche. Daí o nome que deu origem ao bairro e em seguida ao clube que surgiu no fatídico 11 de agosto. Aqueles jovens apaixonados por futebol resolveram se reuniram para fundar o que se tornaria a primeira equipe de futebol do Brasil em funcionamento ininterrupto. Nascia ali a Associação Atlética Ponte Preta, pelas mãos e também pelos pés do capitão João Vieira da Silva, de Theodor Kutter, de Hermenegildo Wadt e de Nicolau Burghi, patronos da instituição.

Em mais de um século de história, a Ponte Preta fortaleceu o futebol regional e se tornou um dos grandes clubes do futebol nacional, com reconhecimento internacional pela formação de atletas que marcaram época. Tanto que por duas vezes foi campeã da Copa São Paulo de Futebol Juniores, nos anos de 1979 e 1981. Os jogadores citados no começo do texto, como Dicá, Oscar, Washington Coração Valente, Luís Fabiano e Carlos, por exemplo, chegaram a defender a Seleção Brasileira.

Restam títulos de expressão para coroar uma história tão rica que o clube tem. Mas o que ninguém tira é o orgulho que o torcedor pontepretano tem de ser completamente apaixonado pelo time, de ir acompanhar a equipe independente da cidade ou país que vai acontecer a partida. Nos 90 minutos, os jogadores dão todo suor, toda garra, o esforço, raça e a fé de que o clube vai terminar a partida triunfante.

Um outro orgulho que faz a Ponte Preta ser nobre é pelo fato de ser a primeira no Brasil a aceitar jogadores negros no quadro dos primeiros atletas. Ela está homologando à FIFA o reconhecimento do que chama de “primeira democracia racial”. Mas independente de qualquer honraria, o que conta é que o clube dá uma aula de que o esporte é para todos, é de todos e de forma democrática, qualquer pessoa pode praticar e que o esporte é saúde e dignidade. Além do futebol, o clube também já teve destaque em outras modalidades esportivas.

A década de 1990 foi de grande supremacia do clube no basquete, que teve as rainhas Hortência e Paula no time.

No basquete, por exemplo, foram títulos memoráveis que não saem da cabeça do torcedor, como os 4 Campeonatos Paulistas (1990,1992, 1993, 1994), a Copa Brasileira de 1991 e os inesquecíveis Mundiais de 1993 e 1994. O time montado por Ruth, Elena, Cíntia, Lígia, Sílvia, Cláudia, Ana Paula, Lucivera, Marimar, Adrienne, Fernanda, Roseli, Nádia, Helen, Paula, lena Bounatians , Karina, Magic Paula e a rainha Hortência dominaram o cenário brasileiro do esporte e também no mundo inteiro.

 

 

Hoje o clube disputa a Série B do Campeonato Brasileiro e quer presentear seus torcedores fazendo uma grande campanha em busca do retorno à elite do futebol nacional. Depois do desempenho no Campeonato Paulista, onde foi semifinalista, a esperança é maior. Infelizmente o Moisés Lucarelli não poderá contar com a presença do torcedor, devido a uma pandemia que fez o futebol e a vida ser “fantasma”. Ou seja, tudo está presente, mas ninguém pode usufruir, por causa do risco de contágio. Mas é cada torcedor em sua casa, que as orações e a torcida vai ser intensa. E que dias melhores voltarão, com grandes jogos, seja contra o Guarani, maior rival ou contra os 4 grandes de São Paulo ou com outros gigantes do futebol nacional.

Parabéns Associação Atlética Ponte Preta pelos seus 120 anos de história e um agradecimento por revelar tantos atletas para o futebol nacional e também protagonizar grandes momentos no esporte brasileiro. Que venham outras e maiores conquistas para enriquecer ainda mais a sua história.

 

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