Você conhece o tequeño?
Em busca de sobrevivência, família aposta em fazer salgados veneuelanos que já são sucesso

O Brasil é um país famoso por acolher todos os povos e coleciona diversas histórias de imigrantes que deixaram seus países, na maioria das vezes para fugir de guerras e outros problemas, em busca de reconstruir suas vidas junto com suas famílias. Nos últimos anos aumentou ainda mais a vinda de estrangeiros para o território brasileiro devido as graves crises políticas, crises na saúde e até para fugir da violência.
Quando se chega em uma nova nação nem sempre é fácil se reerguer. Antes de tudo é necessário obter um emprego ou abrir o próprio negócio para conseguir se estabelecer e assim garantir um rumo para os familiares que vieram e também ajudar quem ficou nos países de origem dos imigrantes. E um destes casos acabou gerando sucesso na Baixada Santista.

Um casal de engenheiros da Venezuela está no Brasil há 2 anos. Ysabel Eugenia Guzmán Camacho e Jorge Luis Reyes Flores chegaram à São Paulo depois de uma terrível crise política e financeira que o país venezuelano vive até hoje. Não foi fácil, mas eles conseguiram um emprego. Ysabel fala como foi este caminho que tiveram.
“Jorge chegou há 2 anos no Brasil com a esperança de construir uma vida melhor para a família, o qual é impossível ter na Venezuela. Arrumou um emprego como supervisor de operações numa empresa de serviços, e depois de 1 ano conseguiu nos trazer”, diz a engenheira mecânica.
Tudo parecia ir bem até que no ano passado para ela, seu marido e seus filhos. Porém o Brasil também não vive um bom momento econômico e em fevereiro deste ano, o escritório fechou e eles iam ficando sem rumo. Até que a empresa disse que Jorge Luiz teria uma oportunidade em São Vicente, Baixada Santista, onde uma sede existia. Ele conta mais deste desafio.
“Foi difícil porque implicaria um novo começo, mas investigamos um pouco sobre a cidade e as crianças adoraram a ideia de morar perto da praia. Nós gostamos demais da cidade e é sem dúvida um povo muito acolhedor”, conta o engenheiro de sistemas.
Mas contar apenas com um emprego não seria o suficiente para arcar com as despesas de viver bem no Centro de São Vicente, onde o comércio é um dos principais e mais fortes da Baixada Santista. Pra piorar, Jorge perdeu o emprego com o início da pandemia do coronavírus e a obrigação do isolamento social. O jeito para sobreviver e permanecer na cidade foi apostar na culinária original da Venezuela.

Primeiro começaram a produzir os tequeños, que são salgados com recheio de queijo. Mas que no Brasil ele foi adaptado e o casal viu que pode colocar outros sabores, como doce de leite, brigadeiro, goiabada, calabresa e bacon. Eles fizeram a produção artesanal, herdada de família e assim iniciaram a divulgação nas redes sociais, apostando que ali iriam atrair pessoas a experimentarem.
“Sempre tivemos a ideia de empreender, mas com a correria diária era quase impossível. Quando iniciou o isolamento obrigatório, meu esposo perdeu o emprego e decidimos olhar à frente como uma oportunidade para tirar do papel nosso plano de negócios, ainda com as dificuldades da pandemia. Nos reinventamos e está dando certo”, conta Ysabel.
Em três meses que começaram este novo negócio, as vendas aumentaram. Eles já tem mais de 3 mil seguidores no Instagram e todo final de semana, as vendas são um sucesso com vários pedidos feitos ao longo dos dias. Ele pode ser consumido em todas as refeições, como o café, almoço, lanche e janta, mas também pode ser bem aproveitado nas festas de aniversário. A versatilidade deste alimento permite ser degustado em todas as horas.
O segredo para este sucesso, a engenheira conta como conseguiu chegar. E o repórter que aqui vos escreve garante, que eles são uma delícia, pois tive a oportunidade de experimentar. “Temos realizado um trabalho de marketing bem próximo às pessoas, mantendo um relacionamento gentil, familiar e atento na pré-venda, venda e post venda. O tequeño é delicioso e os clientes têm se convertido nos principais divulgadores do produto a través de suas redes sociais. A solidariedade deles nos levou à mídia e hoje nos conhecem até em lugares onde ainda não temos chegado. Estamos muito agradecidos”.

Mas não é só os tequeños que tem feito sucesso não. Outro alimento que vem conquistando a população de São Vicente e da Baixada Santista são as tetas. Calma, que é explicado o que ela é, antes que pense o que não se deve. Tratam-se de uns geladinhos típicos da Venezuela que vem em sacolinhas. Tem sabores de tizana, que é uma preparação de frutas incluindo pedaços de fruta. E também de sabor de com licor, de sangria espanhola e mojito.
Todas as pessoas que já experimentaram estas duas iguarias venezuelanas aprovaram e algumas viraram clientes fieis do casal. O resultado além de maior lucro, garantiu que Ysabel Eugenia Guzmán Camacho e Jorge Luis Reyes Flores não tivessem o Brasil apenas como um refúgio da crise, mas sim como o local para refazer as vidas
“O Brasil foi nosso refúgio e hoje é nossa casa. O TQ Real é brasileiro. Desde aqui podemos fazer mais para ajudar aos nossos na Venezuela. Voltar não está nos planos”, diz Ysabel.
Modo de preparo:
E composto de uma massa gourmet finamente elaborada com ingredientes diversos, que adicionam uma textura e sabor únicos aos tequeños, recheada com palitos de queijo fresco baixo em sal, combinados aqui com alimentos da cozinha tradicional brasileira, como a carne seca, a calabresa, a goiabada, o bacon. Também oferecemos recheios doces como o brigadeiro e o doce de leite.