Polícia

Laboratório de toxicologia do IML usa a ciência contra o crime

Peritos analisam cerca de 22 mil casos por ano

O laboratório de toxicologia do IML é avançado e usa a ciência e a tecnologia contra o crime. As polícias de São Paulo utilizam diferentes métodos e técnicas de investigação para elucidar crimes. Para cada situação existem ferramentas específicas de análise das evidências coletadas em locais e pessoas, com o objetivo de determinar as circunstâncias e a autoria de delitos.
No Laboratório de Toxicologia do IML (Instituto Médico Legal), que é vinculado à Superintendência da Polícia Técnico-Científica, por exemplo, são avaliados casos em que há suspeita de intoxicação tanto em vítimas, quanto nos autores dos crimes. Mas os peritos do laboratório atuam de maneira complementar ao trabalho dos médicos legistas em situações de agressões, violência sexual e infrações de trânsito.
Segundo o diretor do Núcleo de Toxicologia do IML, Victor Gianvecchio, o laboratório analisa, em média, dois mil casos por mês, sendo que 60% desse volume é proveniente de amostras biológicas de cadáveres. “São cerca de 22 mil casos por ano, porém cada caso pode envolver várias análises toxicológicas, o que totaliza um número muito maior de análises realizadas no laboratório. Sendo assim, são realizadas pesquisas de álcool, de drogas, de medicamentos, de inalantes e de venenos, entre outras, em diversas matrizes biológicas, como urina, sangue e fragmentos de vísceras”, sempre por solicitação do médico legista ou da autoridade policial, explica o diretor.
Foram os peritos do laboratório que identificaram a presença de veneno utilizado para matar ratos, conhecido popularmente como “chumbinho”, em comida oferecida a moradores de rua na cidade de Itapevi, na Grande São Paulo, em caso registrado em julho deste ano. Duas pessoas morreram.

Estrutura de ponta

Para atender a grande demanda de trabalho, os peritos do Laboratório de Toxicologia do IML contam com estrutura de ponta e equipamentos de última geração, como o cromatógrafo líquido acoplado a espectrômetro de massas.

Álcool prevalece

O álcool é a substância mais encontrada pelos peritos nas pesquisas feitas no laboratório. Cocaína, medicamentos e inalantes também são muito frequentes. “O álcool está associado a diversos tipos de ocorrência, como acidentes de trânsito, homicídios e suicídios. Mas também temos constatado presença de cocaína em grande número de casos.
Já os medicamentos são muito utilizados em golpes como o Boa Noite Cinderela. Sendo assim,
“Essas substâncias estão presentes em casos de estupros, estelionato e outros crimes contra o patrimônio. Em geral, as vítimas são dopadas e quando acordam não se lembram de terem sido agredidas, abusadas ou roubadas. Nosso trabalho é identificar essas substâncias para ajudar a comprovar os delitos.”  explica Gianvecchio.
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