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Faltando cinco meses para a Olimpíada, Japão começa a vacina

Expectativa é que 50 milhões sejam vacinados até maio

O Japão começou nesta quarta-feira (17) a campanha de vacina contra o coronavírus. O país vai sediar a Olimpíada de Tóquio dentro de cinco meses, mas ainda convive com incertezas sobre a realização dos Jogos e também está sob clima de desconfiança por parte da população.

O governo japonês explica que até o fim de fevereiro, aproximadamente 40 mil profissionais ligados diretamente ao combate contra a COVID-19 devem ser imunizados. Depois de vários países terem começado a imunização, o Japão foi o último dentro do G7 (grupo das nações mais industrializadas do mundo) a imunizar. Para isso está sendo usado o imunizante da Pfizer/BioNTech.

Foram desembarcados no país, 400 mil doses da vacina, mas segundo o governo, houve a confirmação da compra das duas doses suficientes para os 126 milhões de habitantes do país: 72 milhões da Pfizer/BioNTech, 60 milhões da AstraZeneca/Oxford e 25 milhões da Moderna. As vacinas elaboradas por AstraZeneca e Moderna ainda estão no processo de aprovação no arquipélago.

Incertezas

Segundo o calendário divulgado, depois desta primeira fase de fevereiro serão vacinados 3,7 milhões de profissionais de saúde a partir de março, 36 milhões de idosos a partir de abril, 8,2 milhões de indivíduos de grupo de risco e 2 milhões de profissionais de instituições dedicadas a idosos depois de abril – totalizando, portanto, cerca de 50 milhões de habitantes, o equivalente a 40% da população até maio.

Mas a população convive com momentos de incertezas. Primeiro sobre a real eficácia que a vacina contra a COVID-19 tem para imunizar a população e também em relação as datas.

Segundo uma pesquisa da empresa britânica Ipsos Mori com 13 mil pessoas em 15 países, divulgada no fim de janeiro, os japoneses estão entre os mais hesitantes quanto às vacinas contra o coronavírus: 17% declararam desejar firmemente tomar a vacina, um percentual bastante baixo se comparado a 66% no Reino Unido e 68% no Brasil. Na França, foram 29%.

No Japão, 62% manifestaram preocupação com os efeitos colaterais dos imunizantes, 32% não confiam na eficácia e 7% são contra todo tipo de vacinas.

Olimpíada corre risco

Diante de toda a situação da pandemia do coronavírus no Japão e no mundo, já não há a certeza de que os Jogos Olímpicos aconteçam. Alguns ministros já disseram ser a favor da suspensão, enquanto que outros querem o cancelamento da Olimpíada de Tóquio. Mas há pessoas que querem a manutenção da data, marcada para acontecer no dia 23 de julho.

Segundo a mais recente pesquisa da NHK, 16% dos entrevistados apoiam o calendário previsto para os Jogos, 39% defendem remarcá-los novamente e 38% cancelá-los de vez.

Diante da demora para iniciar a imunização, os impasses logísticos para implementá-la, a resistência da sociedade japonesa a aderir à campanha e a expectativa de Olimpíada, teme-se um agravamento da pandemia no país que, até agora, contabiliza 418 mil casos (23,5 mil deles ativos) e 7,1 mil mortes.

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