Ministério da Saúde aconselha mulheres a adiarem gravidez
O momento crítico da pandemia do coronavírus é o principal motivo
O Ministério da Saúde está preocupada com a nova variante do coronavírus no Brasil e ela já se mostrou ser mais agressiva em mulheres grávidas. Por isso, segundo o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, o conselho é para que as mulheres adiem a gravidez.
O titular da pasta deu uma entrevista coletiva, mas não apontou qualquer estudo que possa comprovar a agressividade que o coronavírus tem para as gestantes. Ainda assim ele garantiu que o Ministério da Saúde já está trabalhando para tomar uma série de medidas preventivas.
“Estudo nacional ou internacional não temos, mas a visão clínica de especialistas mostra que a variante nova tem ação mais agressiva nas grávidas. Antes, [a gravidade] estava ligada ao final da gravidez, mas, agora, vê uma evolução mais grave no segundo trimestre e até no primeiro trimestre.”
Câmara disse que a recomendação é para que as grávidas avaliem postergar a gestação no período de pico pandêmico, como aconteceu no período da epidemia da zika no Brasil.
“Caso possível, postergar um pouco a gravidez para um melhor momento para que você possa ter a gravidez mais tranquila. É lógico que a gente não pode falar isso para quem tem 42, 43 anos, mas para uma mulher jovem que pode esperar um pouco, o mais indicado é esperar um pouco.”
Na ocasião, ele anunciou uma portaria que destina R$ 247 milhões para apoiar estados e municípios para implementação de medidas para apoiar gestantes.
Risco às grávidas
Segundo uma matéria da Folha de S. Paulo, o número de mortes maternas por covid-19 mais do que dobrou nas 13 primeiras semanas de 2021 em relação à média semanal do ano passado. Passou de 10,4 óbitos (449 mortes em 43 semanas de pandemia de 2020) para 22,2 nas primeiras semanas deste ano, com 289 mortes.
Embora estudos mostrem que a gestação e o pós-parto aumentam o risco de complicações e morte por covid-19, no Brasil, o alto número de óbitos maternos associados à doença é atribuído, principalmente, à falta de assistência adequada.
Desde o início da pandemia, uma em cada cinco gestantes e puérperas (22,6%) mortas por Covid-19 não tiveram acesso à UTI e 33,3% não foram intubadas, último recurso terapêutico para os casos graves da covid-19.
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