PMs suspeitos de executar duas pessoas são presos
O caso aconteceu na últimas semana. Mas as imagens que viralizaram nas redes, no final de semana, desmentem as versões oficiais.
Dois PMs suspeitos de executar duas pessoas, que teriam cometido um assalto, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça Militar no domingo (13). O caso esta sendo investigado pela Corregedoria da PM e pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
O caso registrado, em Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, aconteceu na quarta-feira da semana passada dia 9. Mas só ganhou repercussão quando um vídeo viralizou nas redes sociais. Uma pessoa que estava na mesma rua onde o crime aconteceu gravou quando dois PMS atiram a queima roupa para dentro de um carro com as portas abertas.
Somente a contagem do barulho dos tiros aponta 12 disparos. Um olhar atento mostra no banco da frente havia uma pessoa que se mexe para tentar se proteger. Os dois homens que estavam dentro do veículo foram mortos. Nesta operação morreram Felipe Barbosa da Silva e Vinícius Alves Procópio.
Há dois relatórios feitos por PMs
Os relatórios tratam do caso de maneira diferente. No primeiro os Policiais da Força Tática receberam a informação que homens em um Onix branco teriam praticado um roubo na Rua Alexandre Dumas, em Santo Amaro, São Paulo..
O carro em fuga foi visto na Ponte João Dias em direção a Av. Das Nações Unidas, com diversas viaturas no acompanhamento. No relatório da Policia Militar a informação revela que o carro bateu em outro veiculo e atingiu um poste. No registro dos Policiais a narração do que ocorreu após a batida. “… momento em que o motorista do Onix desceu com arma em punho sendo alertado para largar a arma, não obedecendo e sendo atingido por disparos efetuados pelo Sgt André e Sd PM Silveira, sendo avistado no banco de trás outro indivíduo também de arma em punho que não obedeceu a ordem de largar a arma e também foi atingido por disparos dos polícias acima citados.!
O caso foi levado para o 11° Distrito Policial da capital. A Delegada de Plantão solicitou perícia no local e direcionou a ocorrência ao DHPP que elaborou registrou o caso como morte decorrente de Intervenção Policial, Lesão Corporal/acidente de trânsito e ROUBO.
O BO também informa que foram apreendidos com os suspeitos: máquina de cartões bancários e cartões de banco, R$ 1.000,15 em dinheiro, relógio e uma aliança. Ainda foram encontrados duas armas (um revólver calibre 32 e outro calibre 38, ambos com numerações raspadas), munições e um canivete.
Segundo relatório de PMs sobre o caso
Em outro registro da PM o mesmo caso tem versão diferente. ” Policiais em patrulhamento pela região de Santo Amaro, se depararam com indivíduos em atitudes suspeitas na condução do veículo Chevrolet/Onix na cor branca. Na tentativa de abordagem os indivíduos empreenderam fuga, consultado via COPOM foi constatado se tratar de veículo que fora usado em um roubo a transeunte. Equipe de Força Tática, conseguiu abordar os indivíduos. Momento em que o veículo Onix colidiu com a condutora do veículo Honda/Fit na cor azul, nesse momento houve o confronto sendo os 2 (dois) indivíduos alvejados. Constatado o óbito pela equipe de resgate, a vítima da colisão foi socorrida a Santa Casa de Santo Amaro. Foram apreendidos dois revolveres, um cal.38 marca Rossi numeração suprimida, e um revolver cal. 32 Taurus numeração suprimida.
Armas que teriam sido usadas pelos assaltantes no roubo e no confronto com os policiais.
O ouvidor da Polícia se manifestou
O ouvidor da Polícia, Elizeu Soares, analisou as imagens e disse haver suspeita de execução na ação policial contra os suspeitos. Segundo ele as cenas mostram somente os PMs atirando e não registraram nenhuma suposta troca de tiros para justificar a reação dos agentes.
A íntegra da nota da PM:
O Comando da Polícia Militar solicitou a prisão preventiva dos policiais envolvidos na ocorrência à Justiça Militar. Os agentes já estão afastados de suas funções e as investigações prosseguem pela Corregedoria da PM e pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Militar não compactua com desvios de comportamento e se mantém diligente em relação às denúncias ou indícios de transgressões ou crimes cometidos por seus agentes.
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