A pandemia da Covid-19 está mais agravante no mundo. Pelo quarto dia seguido, o mundo registra mais de 2,5 milhões de casos em apenas 24 horas. Estes números superam em quase três vezes o recorde mais agressivo, registrado no pico da pandemia, quando em 25 de abril de 2021, foram 905 mil casos registrados em 2021.
Confira como foram os dias com mais de 2,5 milhões de casos:
- Segunda-feira (3): 2,52 milhões de novos infectados
- Terça-feira (4): 2,54 milhões
- Quarta-feira (5): 2,51 milhões
- Quinta-feira (6): 2,52 milhões
Ou seja, de segunda-feira até esta sexta-feira, mais de 10 milhões de pessoas foram infectadas. Mas em uma semana, este número passa dos 13 milhões. Preocupado com a situação, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou na quinta sobre o risco do “tsunami de casos”.
Tedros afirmou que essa onda atual é tão grande e rápida que está superlotando hospitais e afastando profissionais da saúde: “A ômicron pode parecer menos severa, mas não pode ser considerada leve”.
“Estudos recentes sugerem que a ômicron tem menos probabilidade de deixar as pessoas gravemente doentes do que as variantes anteriores de Covid. Mas o número recorde de pessoas infectadas vem deixando os sistemas de saúde sobrecarregados”, disse.
A OMS disse que o número de casos globais aumentou em 71% na última semana – e, nas Américas, subiu 100%. A entidade afirma que, entre os casos graves em todo o mundo, 90% são em pessoas que não foram vacinadas.
“Embora a ômicron pareça ser menos grave em comparação com a delta, especialmente entre os vacinados, isso não significa que ela deva ser classificada como branda”, disse Tedros
“Assim como as variantes anteriores, a ômicron está hospitalizando e matando pessoas. Na verdade, o tsunami de casos é tão grande e rápido que está sobrecarregando os sistemas de saúde em todo o mundo”. A ômicron é altamente contagiosa e pode infectar pessoas, mesmo as que estão totalmente vacinadas. No entanto, as vacinas são essenciais, pois ajudam a proteger contra casos graves que podem levar a hospitalização ou até morte.
Cenário no mundo
O número de casos segue alto, sobretudo na Europa. Na quinta-feira (6), o Reino Unido relatou 179.756 novos casos e 231 mortes relacionadas à covid. Vários hospitais declararam ter chegado a pontos críticos devido à ausência de funcionários e pressões crescentes.
Na França, o ministro da Saúde, Olivier Veran, alertou esta semana que janeiro seria difícil para os hospitais. Ele acrescentou que os pacientes com ômicron ocupavam leitos “convencionais” em hospitais, enquanto a delta colocava pressão nos departamentos de UTI. A França relatou na quinta-feira 261 mil novos casos.
O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, disse que o sistema de saúde do país está atualmente sob grande pressão. O país registrou mais de 9 mil casos na quinta-feira, segundo a imprensa local.
Os 10 países com mais casos confirmados nos últimos 7 dias são:
- Estados Unidos: 4,22 milhões
- França: 1,44 milhão
- Reino Unido: 1,27 milhão
- Itália: 994 mil
- Espanha: 789 mil
- Argentina: 418 mil
- Índia: 387 mil
- Austrália: 367 mil
- Turquia: 345 mil
- Canadá: 283 mil
Mortes em baixa
O alívio é que o número de mortes pelo mundo está em baixa. Tudo graças ao avanço da vacinação contra a Covid-19. De outubro até agora, a média móvel de mortes está abaixo de 6 mil por dia.
A média está abaixo inclusive da primeira onda da pandemia, em abril de 2020 (quando chegou a um pico de 7,1 mil). O recorde de mortes em 1 dia no mundo segue sendo de 20 de janeiro de 2021 (18 mil), dia que marca também o recorde nos EUA (4,4 mil).
Os 10 países com mais mortes por Covid-19 nos últimos 7 dias são:
- Estados Unidos: 8.795
- Rússia: 5.697
- Polônia: 2.896
- Índia: 2.098
- Alemanha: 1.707
- Vietnã: 1.476
- França: 1.462
- Ucrânia: 1.378
- Itália: 1.227
- Reino Unido: 1.096
Os dados são compilados pelo “Our World in Data”, projeto ligado à Universidade Oxford.
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