Cunhado da jovem encontrada morta e carbonizada é denunciado pelo MP
Juliana Souza de Oliveira foi assassinada em Campo Limpo Paulista

Mais um capítulo do caso da jovem Juliana Souza de Oliveira, encontrada morta e carbonizada em Campo Limpo Paulista. O Ministério Público denunciou o cunhado, acusado de assassinar a vítima, que só foi identificada graças ao exame de DNA.
Segundo a promotora Mariana Ueshiba da Vruz Gouveia, o suspeito, identificado como Reginaldo Barbosa, foi repsonsável por dois crimes de extorsão, feminicídio e destruição de cadáver. A defesa de Reginaldo não foi localizada até a publicação desta reportagem.
O laudo do Instituto de Criminalística (IC) confirmou que o corpo encontrado dentro de um latão com objetos pessoais da vítima, em Campo Limpo Paulista, em dezembro de 2021, era de Juliana. O denunciado é casado com a irmã de Juliana desde 11 de outubro de 2014, segundo o MP.
Motivo financeiro
A promotoria citou na denúncia, com base em extratos bancários e depoimentos, que Reginaldo chegou a dispensar um funcionário do condomínio onde trabalhava, em março de 2019. Ele afirmou ao proprietário do empreendimento que o homem havia pedido que, a partir do mês de abril de 2019, o chefe passasse a depositar o salário na conta corrente da suposta esposa do colaborador.
O denunciado, segundo o MP, teria passado os dados da conta corrente de Juliana, que para o empregador seria a mulher do funcionário. Durante 2 anos e 7 meses, até a morte de Juliana, o denunciado teria recebido o suposto salário do funcionário que “demitiu”. Foram cerca de R$ 40 mil.
“Aproveitando-se da inocência e da personalidade de Juliana, no dia 3 de novembro de 2021, o denunciado, em circunstâncias ainda não esclarecidas, mas valendo-se da arma de fogo que havia adquirido, obrigou a vítima a realizar um empréstimo bancário no valor de R$ 7 mil e, na sequência, a efetuar transferência do referido montante para a conta corrente dele”, escreveu a promotora.
“Não satisfeito, no dia 1 de dezembro de 2021, o indiciado, tendo prévio conhecimento que Juliana iria fazer um exame de sangue na cidade em Várzea Paulista, na parte da manhã e que, para tanto, a ofendida pegaria um ônibus com destino ao terminal central de Campo Limpo Paulista, se dirigiu até o local, com o veículo e ficou aguardando a vítima”, completou.
A execução
Quando ela desembarcou no terminal, ele teria a abordado com a arma de fogo e obrigando-a a entrar no carro. “Encurralada, a vítima, finalmente, cedeu e disse para o indiciado que iria transferir todo o valor que possuía em sua conta corrente para a dele. Nada obstante, o saldo que Juliana tinha em sua conta não era o bastante para Reginaldo, que, assim, exigiu que ela realizasse um novo empréstimo bancário.”
A execução da vítima, conforme o MP, foi por receio que Juliana revelasse que havia sido extorquida. O laudo do Instituto de Criminalística (IC) confirmou que o corpo encontrado carbonizado é da jovem.
Mas segundo o delegado de Campo Limpo Paulista, Felipe Carbonari, o cunhado da vítima continua negando o crime.
“Ele [Reginaldo] continua negando a prática do crime. A gente aguarda o resultado da perícia do celular, que pode detectar as mensagens apagadas. A causa da morte ficou inconclusiva, porque só foi possível colher a arcada dentaria”, explicou o delegado.
O inquérito foi relatado pelo delegado Rafael Diório, que era responsável pela delegacia da cidade na época. A perícia chegou a apontar que havia marcas semelhantes às de tiros no tambor de metal.
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