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Jornalista da Globo, Susana Naspolini, morre aos 49 anos

Ela atuava na Globo Rio e se destacou no jornalismo comunitário, cobrando as autoridades

Dizem que a essência do jornalista, sobretudo do repórter é de estar nas ruas, conversando com a população e cobrando respostas e soluções das autoridades. Isso pode ser dito que Susana Naspolini fez e com maestria. Mas o jornalismo brasileiro, especialmente do Rio de Janeiro está de luto com o falecimento da profissional aos 49 anos. Após cinco combates contra o câncer, ela acabou falecendo.

Susana era repórter e das mais populares da TV Globo no Rio, onde deixou sua marca por anos no quadro de jornalismo comunitário RJ Móvel, do RJ1. Nele, a população reivindicava sobre os problemas que ocorriam nos bairros e pediam por soluções das autoridades. Sempre com um tom de humor, com uma dose de ironia, ela mostrava os problemas, mas também as soluções e colocava o prazo para que as autoridades executassem os trabalhos.

Ao longo de seus 49 anos, Susana travou e venceu algumas lutas contra o câncer. E sempre com muita fé e alto astral. Mas um tumor identificado pelos médicos na bacia se espalhou por outros órgãos e ela não resistiu.

Carreira

Susana Naspolini trabalhava no Grupo Globo desde 2002. Ganhou muita popularidade no Grande Rio devido à forma divertida de interagir com os moradores e cobrar as autoridades por soluções para os problemas comunitários. Conseguiu tornar popular um quadro de serviço, na maior parte das vezes de questões locais em áreas abandonadas pelo poder público.

Com seu calendário de papel, cobrava de representantes dos órgãos públicos uma data para a conclusão das melhorias. Anotava o dia e voltava com sua equipe para verificar se os problemas haviam sido resolvidos como prometido. Em caso negativo, regressava algumas semanas depois novamente, até que o problema fosse solucionado.

Susana Naspolini se envolvia com os entrevistados e com as pautas. Para mostrar uma ciclovia esburacada, por exemplo, andava de bicicleta – ou até de velocípede – pelo local. Tomava café e comia bolo com os moradores. Vestia sua bota para entrar em um córrego que precisava de dragagem. Dirigia carro por uma via cheia de lama. Subia em árvore, entrava no matagal. Tudo para mostrar a realidade do povo fluminense – que sempre a acolhia com carinho e alegria.

Apelos

Na sexta-feira (21), Julia Naspolini, filha única de Susana, usou as redes sociais da mãe para pedir que amigos, parentes e fãs da jornalista rezassem por sua recuperação. Segundo Julia, o estado de saúde de Susana era “gravíssimo” e os médicos já “não sabiam o que fazer”.

Desde março deste ano, Naspolini enfrentava o câncer pela quinta vez. Na época, ela anunciou que a doença não estava regredindo com o tratamento via oral, e que precisaria fazer uma quimioterapia venosa. De acordo com Julia, desde então, o câncer evoluiu e se espalhou por outros órgãos do corpo, principalmente pelo fígado.

A filha se manifestou e afirmou, por meio das redes sociais, que a mãe foi a “nossa guerreira”. “É com o coração doendo que venho contar pra vocês que mamãe não está mais com a gente. Ela lutou muito, nossa guerreira! Agradeço muito pelas orações, muito mesmo, muito obrigada, mas infelizmente não deu”.

Julia já tinha perdido o pai, o também jornalista Maurício Torres, que morreu em 2014 após um quadro infeccioso.

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