A última semana foi de caos nas rodovias brasileiras, em virtudes de manifestações bolsonaristas contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta segunda-feira (7), mais de uma semana depois do pleito, ainda há rodovias com pontos de bloqueios ou interdições parciais.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, cinco rodovias em quatro estados ainda estão com interdições em Vilhena (RO), Altamira (PA), com duas interdições e em Blumenau. Já os bloqueios totais ocorrem em Pontes e Lacerda, ambas localizadas no Mato Grosso.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal até o início da noite deste domingo, 1040 manifestações haviam sido desfeitas. No início da manhã, também havia um bloqueio na BR-101, em Palhoça, Santa Catarina, mas ele foi desfeito pela PRF.
PRF investigada
O Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Polícia Federal (PF) investigue possíveis crimes cometidos pelo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Segundo o ofício, o inquérito deve apurar blitz realizadas pela corporação durante o segundo turno das eleições e omissão em relação aos bloqueios em rodovias.
O MPF diz que, se comprovada omissão do diretor da PRF sobre o bloqueio nas vias federais, o caso pode ser considerado prevaricação. Além disso, Silvinei Vasques – que declarou apoio a Bolsonaro na eleição – pode responder por “crimes praticados por invasores de rodovias”.
A prevaricação está configurada quando o funcionário público retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou age contra regra expressa em lei, “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. A pena é de detenção de três meses a um ano, e multa.
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