Educação

O impacto do novo ensino médio para a busca da empregabilidade

A tendência é que ele seja alavancado para aumentar a capacitação

O novo ensino médio está chegando e a perspectiva é aliar os diversos saberes a uma formação técnica e, transversalmente, preparar para o mundo do trabalho. Esta é a nova essência do novo modelo de ensino que foi implantado em boa parte do país. Mas para atender todo o país, a missão é fazer com que o novo ensino médio possa dar perspectivas de futuro e emprego.

A mudança começa a ser implementada quando são analisados, por exemplo, dados de pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2022), onde cita que o Brasil está em segundo lugar no ranking de países cuja população de 18 a 24 anos, 36% desta fatia em idade altamente produtiva, não se encontra nem em salas de aula e nem ocupando postos de trabalho, perdendo apenas para a África do Sul, com 46,2%.

Antecipando as transformações trazidas pela Lei nº 13.415/2017, que reestruturou o ensino médio no país, o Senac São Paulo passou a oferecer esse nível de ensino, totalmente integrado à educação técnica, em 2019, e já comprova o que pesquisas mais recentes apontam: a empregabilidade dos estudantes do médio técnico é a mais próxima àqueles que concluem uma graduação, à frente dos que não concluíram a educação básica ou o curso superior (“Indicadores da qualidade dos egressos do ensino técnico” – Itaú Educação e Trabalho, 2022).

Medidas

Para Melina Sanjar, gerente de desenvolvimento e responsável pelo Ensino Médio Técnico do Senac São Paulo, é fundamental que a escola exerça seu papel de desenvolvimento dos alunos e alunas para que se tornem aptos a enfrentar os problemas contemporâneos.

“Esse papel é exercido estimulando o estudante a correlacionar seu projeto de vida às aprendizagens do ensino básico, pela transversalidade do mundo do trabalho, estando preparado para atender as exigências necessárias para as constantes transformações do mundo”, afirma.

A fórmula que a instituição apresenta para contribuir com essa inserção sustentável da juventude ao mercado, foi o estabelecimento das certificações intermediárias, previstas no parágrafo sexto do Artigo 4 §6, da lei que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu uma mudança na estrutura do ensino médio. Essas certificações correspondem ao curso técnico escolhido pelo estudante e são emitidas a cada ano concluído.

“Esses documentos podem ser incluídos ao currículo para que o aluno já comece sua busca pelo primeiro emprego e, normalmente, representam um diferencial em relação aos demais candidatos à vaga”, pontua Melina.

Exemplos

Esse foi o caso de Pedro Henrique Angelotti, de 16 anos, que está preparado para ingressar no terceiro e último ano do Ensino Médio Técnico em Administração do Senac São Paulo. Ele conta que conquistou seu primeiro emprego em maio deste ano, após somente dois meses de buscas.

“Acredito que essa integração dos conteúdos, juntamente do estímulo ao desenvolvimento de competências, como a comunicação, me ajudou muito nessa conquista. Do início do ano para cá, já me sinto mais responsável, autônomo e feliz pelo meu desenvolvimento profissional”, conta Angelotti, que atua na área de vendas de franquias em uma escola de idiomas, na cidade de São Paulo.

Outra forma de estímulo aos estudantes acontece ao longo da formação: é o Projeto de Vida, em que jovens e professores debatem aspectos relacionados à empregabilidade, como etapas de discussões sobre planejamento de carreira, perspectivas do mundo do trabalho, marketing e apresentação pessoal, preparação de currículo e vídeo currículo.

E para integrar os alunos às oportunidades, o Senac São Paulo oferece o acesso à Plataforma Senac Carreiras, que centraliza na instituição a divulgação de vagas de trabalho e estágio, promove processos seletivos e gera a documentação em formato digital. A plataforma foi concebida com inteligência artificial para conectar os perfis de estudantes aos interesses das empresas, ampliando as possibilidades dos candidatos.

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