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Grupo bolsonarista que atacou estudantes em Jundiaí é denunciado pelo MP

Um aluno teve ferimentos no rosto ao ser atingido por pedra

O caso dos estudantes da Etec Vasco Antônio Venchiarutti (ETEVAV) terem sido atacados por grupo bolsonarista em Jundiaí foi parar no Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O órgão denunciou o grupo após brigarem dentro do ônibus onde os alunos eram transportados. O caso ocorreu no dia 3 de novembro e a denuncia foi encaminhada à Justiça no dia 10.

Segundo a nota do MP, a Polícia Civil concluiu os trabalhos e pediu a prisão preventiva dos agressores, e que o Ministério Público já ofereceu denúncia pelos crimes cometidos e reiterou o pedido de prisão preventiva, ou então medida cautelar protetiva para os agressores não se aproximarem das vítimas e nem do caminho que o ônibus faz para levá-las à escola.

No entanto, o Judiciário ainda não examinou a denúncia com o pedido de prisão, de acordo com o órgão.

Relembre

O caso aconteceu quando o veículo do transporte público linha 430 ETEVAV passou em frente ao 12º GAC, onde bolsonaristas protestavam contra o resultado das urnas. Entre os passageiros estavam alunos da ETEVAV.

Ao passarem ao lado da concentração dos manifestantes bolsonaristas, próximo ao trecho do km 53 da Rodovia Anhanguera – que faz parte do itinerário dos estudantes que saem da escola ETEVAV até o centro de Jundiaí – os estudantes gritaram palavras contrárias ao governo do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ao ouvirem o coro dos estudantes no ônibus, os manifestantes correram e passaram a cercar o veículo. Um deles (de moletom escuro e calça clara) se aproximou e jogou uma pedra no vidro, que estilhaçou e atingiu o supercílio de um dos alunos, identificado como Vitor Cotrim, de 18 anos.

Investigação da polícia

A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) ouviu os envolvidos na confusão. Dois estudantes prestaram depoimento e quatro suspeitos da agressão foram identificados; três deles já foram ouvidos e dois indiciados.

Eles devem responder pelos crimes de constrangimento, associação criminosa, violência política, dano ao patrimônio público, arremesso de projétil e lesão corporal. Eles ainda respondem em liberdade, mas a pena pode chegar a 20 anos de prisão.

Alunos da Etec – juntamente com mães, professores e ativistas – fizeram um ato em solidariedade aos estudantes atacados por bolsonaristas.

A manifestação, que também pedia segurança depois do episódio de violência, começou em frente à Delegacia de Ensino, na Escola Estadual Coronel Siqueira Moraes, e terminou na Prefeitura de Jundiaí.

Na sede administrativa do município, os manifestantes utilizaram cartazes, relembraram a agressão contra os estudantes, reivindicaram o “direito de ir e vir” e pediram intervenção da polícia no ato bolsonarista que está sendo realizado na cidade.

Durante a manifestação na prefeitura, o grupo se revezou ao microfone e pediu a presença do prefeito, Luiz Fernando Machado, para que os participantes pudessem fazer as solicitações. Mas quem apareceu representando o chefe do Executivo foi o gestor da Casa Civil, Gustavo Leopoldo Caserta Maryssael de Campos, o que gerou profunda irritação dos estudantes e dos pais.

Prefeitura

A Prefeitura de Jundiaí emitiu uma nota oficial sobre os “recentes episódios que restringiram o direito de ir e vir, com obstrução de vias”.

Eles afirmam que “repudiam qualquer tipo de violência” e que estão atuando “sempre com respeito às atribuições e aos deveres da esfera municipal, em cumprimento à legalidade”.

A Prefeitura de Jundiaí diz que a concessionária de transporte público prestou as informações ao plantão policial e disponibilizou as imagens das câmeras do ônibus para a autoridade policial.

Por fim, a nota comunica que “a Guarda Municipal de Jundiaí reforçou o patrulhamento comunitário e as rondas escolares para assegurar a integridade dos estudantes e da população em geral, de forma que a harmonia social seja preservada”.

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