Cultura

Líder ou chefe? Descubra agora

Não é apenas um texto, mas um convite a refletir sobre o desenvolvimento de liderar

*por Dr .Adalberto Ceolin

Neste texto quero convidá-lo, caro leitor, a uma análise sincera.  Quem é você? Um chefe ou um verdadeiro líder? Não é difícil perceber que existe uma gritante diferença entre “chefes chefes” e “CHEFES” que realmente exercem a verdadeira liderança: os verdadeiros líderes.

Aqui talvez, seja a hora de refletir sobre quem está à sua volta. Ao final dessa leitura você saberá como observar e concluir, sem julgamentos, com o qual perfil você se identifica.

Essa será uma autoanálise das mais verdadeiras, até porque maquiar ou mentir sobre quem realmente somos, para os outros, de certa forma é até fácil. Agora enganar a si próprio é praticamente impossível e caso alguém consiga, pode ter certeza que sofre de algum tipo de problema, pois isso seria um comportamento desprovido de sanidade.

Verdadeiros líderes procuram desenvolver seus liderados sem excitar. Não tem medo de que seus liderados brilhem mais do que eles próprios. Não temem que o brilho de seu subordinado venha a ofuscá-los, pois são providos de autoconfiança.

O “chefe chefe” literalmente afunda seus liderados. Seja pela falta de talento para liderar, seja propositadamente por conta de querer estar sempre em posição de superioridade hierárquica, temendo ser ofuscado por alguém que esteja sob suas ordens. Normalmente esse tipo de chefe está lastreado apenas numa relação de poder e sua liderança pode até parecer forte, mas, na verdade, é superficial e vai perdurar somente até onde durar seu poder.

Outra característica comportamental do verdadeiro líder é que ele inspira seus liderados através de suas atitudes. É verdadeiramente admirado por seus colaboradores. Em contrapartida, o “chefe chefe” se perde e cada dia mais fica calçado em seu autoritarismo, centralizando cada vez mais o poder, dando ordens em cima de ordens.

O líder verdadeiro é seguro de si e por isso não teme que suas decisões sejam reprovadas pela equipe, nem mesmo quando isso possa ocorrer de verdade em uma determinada situação. Está sempre firme e consciente de que pode errar e reconhecer seus erros. Enquanto o falso líder, sempre vai procurar racionalizar tudo de uma forma mental, de modos a sempre formar um argumente dentro de uma construção lógica egoísta, para provar que tem razão e, que caso haja algum erro, certamente estará apontando o dedo na busca de um culpado. Isso se chama insegurança.

As atitudes do verdadeiro líder motivam as pessoas. Ele acaba contagiando aos que dele se aproximam, fazendo isso de forma fácil, leve e entusiasmada, transmitindo energia de positividade e otimismo. Aliás, diga-se de passagem, isso não é somente uma característica do líder genuíno; isso é uma obrigação.

O líder medíocre, a quem identificamos aqui como “chefe chefe” desmotiva sua equipe e quem quer que se aproxime dele. Dono de uma energia negativa e pesada, traz pessoas, egrégoras e ambientes para baixo, descendo a tal nível, que pode chegar a patologias crônicas. É aquele cara que acaba sendo evitado nas rodas sociais, pois ninguém quer estar por perto, quando as lamúrias começarem a sair de sua boca.

Isso é muito triste. Por vezes me deparei com situações muito constrangedora, nas quais, colegas de profissão, Delegados de Polícia, reclamavam e teciam comentários ruins e desabonadores sobre tudo que pudessem lembrar: chefes, subordinados, administração, governo, salários, plantões, plano de carreira etc etc etc…. Sem hipocrisia, concordo que em muitas coisas eles estavam cobertos de razão. Porém, fazer queixas como um bebê chorão, somente piora as coisas. Esse tipo de comentários potencializa as mazelas que existem em qualquer ambiente de trabalho. Daí, automaticamente, todos os aspectos positivos se apagam e dão lugar a uma nuvem de cinzenta de negatividade.

 

Se você leitor, conseguiu se ver, se sentir ou fechando os olhos ouviu em imaginação todo esse “mi mi mi”, ou se já esteve diante de uma dessas situações, então responda com toda com sinceridade: quais os resultados que você espera de sua equipe se você só reclama como um bebê chorão? Qual será a atitude de seus liderados vendo e ouvindo as lamúrias de quem deveria motivá-los?

Por fim, o verdadeiro líder é aquele que lidera pelo exemplo. Costumo afirmar, sem medo de errar que, caso você tenha recursos limitados em termos de liderança, e ainda não tenha tomado a consciência que deve se atualizar através de cursos, vivências, mentorias e aprendizados e, seja o caso de ser uma pessoa privilegiada de bom caráter, provido de noções de certo e errado baseadas na educação e no empirismo, seja então, um ótimo exemplo para seus seguidores. A liderança pelo exemplo não precisa de curso. É uma força de expressão, mas pode fazer muito sentido, pelo menos em determinados contextos, ainda que temporariamente.

Nesse comparativo, um falso líder é medíocre e irá exercer sua liderança simplesmente baseado na autoridade. Aqui, esse embuste de líder é representado por frases como “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, ou “você está certo, mas eu sou o dono e quem manda sou eu”. Ou ainda a que eu particularmente considero a pior de todas: “faça o que eu falo e não faça o que eu faço”.

Aliás, uma das excelentes frases do legado da “dama de Ferro” Margaret Thatcher (01): Ser poderoso é como ser uma dama. Se você tem de dizer às pessoas que você é, você não é.” Assim é um líder autêntico. Se você ouvir (ou dizer) palavras como “aqui quem manda sou eu”, com toda certeza, são palavras que não estarão saindo da boca de um Líder com “L” maiúsculo.

(01) Margaret Hilda Thatcher, Baronesa Thatcher de Kesteven LG, OM, PC, FRS, FRIC (Grantham, 13 de outubro de 1925 — Londres, 8 de abril de 2013) foi uma política britânica que serviu como Primeira-Ministra do Reino Unido de 1979 a 1990 e Líder da Oposição entre 1975 e 1979. Foi a Primeira-Ministra com o maior período no cargo durante o século XX e a primeira mulher a ocupá-lo. Thatcher também era conhecida pela alcunha “Dama de Ferro”, dada por um jornalista soviético e que se associou ao seu estilo de liderança. Como Primeira-Ministra, implementou políticas que passaram a ser conhecidas como Thatcherismo.

Graduada em Química pela Somerville College, Universidade de Oxford, Thatcher também trabalhou como barrister antes de ser eleita para a Câmara dos Comuns pelo distrito de Finchley em 1959. O Primeiro-Ministro Edward Heath nomeou-a sua Secretária de Estado para Educação e Ciência em seu governo conservador. Em 1975, Thatcher derrotou Heath na eleição pela liderança do Partido Conservador, tornando-se a Líder da Oposição, bem como a primeira mulher a liderar um grande partido político no Reino Unido. Após vencer as eleições de 1979, foi empossada como Primeira-Ministra. https://pt.wikipedia.org/wiki/Margaret_Thatcher, acessado em 29/04/2020 às 21:57.

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