Polícia Federal indicia Bolsonaro por falsificação de certificados de vacinas
Ex-presidente e suspeitos são acusados de inserir dados falsos no sistema público
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) no caso de falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19. Eles foram indiciados pelos crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa, conforme revelado pelo portal G1 e confirmado pela Folha de S.Paulo.
Segundo a suspeita da Polícia Federal, os dados falsos de vacinação foram inseridos nos registros do SUS do ex-presidente para emitir um certificado. Em maio de 2023, Bolsonaro prestou depoimento à PF, negando ter determinado a inserção de dados falsos em sua carteira de vacinação.
Mauro Cid também reivindicou o direito ao silêncio em depoimento anterior e sua defesa alegou não ter acesso total à investigação. Já Gabriela Santiago Cid, esposa de Mauro Cid, admitiu em depoimento ter usado um certificado falso de vacinação contra a Covid-19, culpando o marido pela inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde.
A PF aponta que Bolsonaro tinha conhecimento da inserção fraudulenta dos dados, mantendo-se inerte em relação à fraude. O ex-presidente havia prometido apresentar seu cartão de vacinação, porém o acesso foi negado por sua gestão, apesar dos questionamentos via Lei de Acesso à Informação.
A Procuradoria-Geral da República, que inicialmente tentou barrar a investigação, mudou de postura e passou a apoiar a apuração após a chegada de Lula à Presidência. O caso investiga a atuação de uma associação criminosa para inserção de dados falsos de vacinação, supostamente para emissão de certificados para viagens aos EUA.
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