
O ex-secretário da Prefeitura de Itatiba, Júnior Sesti, da Administração Thomaz Capeletto, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo à Justiça nesta quinta-feira, 25.
De acordo com as informações, além dele, quatro vereadores e outros dois servidores públicos seriam responsáveis pelo suposto envolvimento em fraudes de mais de R$ 200 milhões em licitações de prefeituras e câmara municipais, sob influência do PCC.
Ainda de acordo com as informações, a Promotoria atribui ao grupo suposta participação em organização criminosa, com agravante de concurso de funcionário público e ‘abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo’.
Sendo assim, três vereadores foram presos na operação. Uma servidora pública, alvo da investigação, foi exonerada e cumpre prisão domiciliar.
Veja os nomes dos denunciados como integrantes do núcleo ‘agentes públicos’ da organização criminosa:
- Eduardo Antônio Sesti Júnior, ex-secretário de Administração da Prefeitura de Itatiba;
- Flávio Batista de Souza (Podemos), o Inha, vereador de Ferraz de Vasconcelos preso na Munditia;
- Gabriel dos Santos (PSD), vereador de Arujá;
- Luiz Carlos Alves Dias (MDB), o Luizão Arquiteto, vereador de Santa Isabel preso na Munditia;
- Ricardo de Oliveira (PSD), o ‘Queixão’, vereador de Cubatão preso na Munditia;
- Fabiana de Abreu Silva, ex-assessora especial de Políticas Estratégicas da Prefeitura de Cubatão, que foi exonerada após a Munditia e hoje está em prisão domiciliar
- Jesus Cristian Ermendel dos Reis, servidor da Câmara de Arujá, nomeado em 2021 para a ‘equipe técnica do pregão presencial’
Por fim, além das condenações criminais, o Ministério Público pede que a Justiça imponha aos acusados o pagamento de indenização por danos morais, em razão do ‘rebaixamento evidente da qualidade de vida da coletividade com a frustração do caráter competitivo em licitações em dezenas de municípios e a interlocução gravíssima do PCC nos contratos da administração pública’.
Enfim, segundo os promotores, os denunciados integram uma organização criminosa que visava a ‘vantagem patrimonial com a manutenção de contratos com a Administração Pública, nas esferas municipal (legislativo e executivos) e estadual (executivo)’. “De forma hierárquica e organizada, engendraram complexa estrutura de agentes particulares e públicos, além de pessoas jurídicas exclusivamente voltadas aos ilícitos”, registram os promotores.
A denúncia cita menções diretas ou indiretas de pagamentos de propina a agentes públicos em troca do benefício das empresas do grupo criminoso.
Investigação em curso
Sendo assim, na operação Munditia os promotores apreenderam documentos e equipamentos eletrônicos como celulares, computadores e laptops. Estes materiais devem passar por perícia e investigação. Por isso, fontes que preferem manter a identidade em sigilo não descartam outra fase da operação para prender possíveis envolvidos ou aprofundar a investigação de indícios de supostos crimes colhidos durante o trabalho.
Denunciados
A reportagem busca contato com os acusados. O espaço está aberto para manifestações.
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