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Não pode ser esquecido: Há 10 anos, Santa Casa reabria e encerrava capítulo vergonhoso em Cabreúva

Por dois anos e um mês, cerca de 50 mil cabreuvanos ficaram sem o único hospital da cidade

A cidade de Cabreúva enfrentou um dos períodos mais críticos de sua história na área da saúde entre 2013 e 2015. Sob comando do então prefeito Henrique Martin (PDT), após os profissionais da saúde da Santa Casa entrarem em greve e pedirem demissão, em fevereiro de 2013, a prefeitura assumiu a gestão da Santa Casa de Misericórdia por meio de um processo de interdição e fechou o único hospital da cidade, alegando que o local precisava ser reformado e que não atendia às exigências da Vigilância Sanitária.

O que era considerado necessário pela administração municipal — ainda mais quando quem toma as decisões não depende do Sistema Único de Saúde (SUS) — foi difícil de digerir para os cabreuvanos que, sem condições de pagar por um convênio, tiveram que esperar. E a espera foi longa: a obra, que deveria durar cerca de quatro meses, atrasou mais de 30 dias e se transformou em dois anos de reforma.

Enquanto isso, quem precisava de atendimento era obrigado a procurar um dos dois Prontos-Atendimentos da cidade, no Centro ou no bairro Jacaré, enfrentando longas filas e superlotação. Nos casos mais complexos, o cabreuvano precisava se deslocar por conta própria até o Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Itupeva, ou ao São Vicente de Paulo, em Jundiaí.

Em reportagem exibida pelo TEM Notícias, da TV TEM, no dia 30 de março de 2013, a moradora Rosângela Martes descreveu o cenário de incertezas: “A gente vem para cá, no Posto de Saúde. Se não conseguir a vaga, tem que ir para Jundiaí. E se não tivermos condições, como é que faz?”

Na mesma matéria, Débora Seixas relatou os longos períodos de espera nos PAs: “Espera uma hora e meia, duas, até três horas para ser atendida.” E completou: “A Santa Casa está fazendo falta. Quando o caso é mais grave, nós somos obrigados a nos deslocar para outra cidade para o tratamento.

O morador Reginaldo Silva, na época, lamentou a situação: “Se a Santa Casa não voltar, nós estamos perdidos. A saúde na cidade já é ruim, e fechando a Santa Casa, como a Prefeitura fez, só piorou.”

A Santa Casa só foi reaberta em 24 de março de 2015, mas ficou marcado na história da cidade o período de dois anos e um mês em que cerca de 50 mil cabreuvanos tiveram que se virar para conseguir atendimento médico de qualidade. Mais do que evidenciar a fragilidade de um sistema de saúde em uma cidade do interior em crescimento, esse episódio escancarou a falta de empatia de quem não precisa do SUS com aqueles que mais dependem do serviço público de saúde.

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