Política

Eduardo Bolsonaro chama Jair de “Ingrato” e “VTNC” em troca de mensagens

Deputado chamou o pai de "ingrato" e ameaçou retomar ataques contra Tarcísio após críticas sobre sua "imaturidade" política

Mensagens de WhatsApp divulgadas pela Polícia Federal nesta quarta-feira (20) expõem um embate entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Irritado com declarações do ex-chefe do Executivo, Eduardo chegou a xingá-lo de “ingrato do caralho” e escreveu a abreviação de um palavrão (“VTNC”).

O episódio ocorreu depois que Jair Bolsonaro, em entrevista, disse que o filho não era “tão maduro assim” para a política. A fala fazia referência à troca de críticas entre Eduardo e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em resposta, Eduardo enviou mensagens duras ao pai, nas quais afirmou que cogitava voltar a atacar Tarcísio.

Eu ia deixar de lado a história do Tarcísio, mas, graças aos elogios que você fez a mim no Poder 360, estou pensando seriamente em dar mais uma porrada nele, para ver se você aprende. VTNC seu ingrato do caralho!”, escreveu o parlamentar.

Na mesma conversa, Eduardo ameaçou abandonar articulações que mantinha com autoridades dos Estados Unidos, citadas pela PF como parte de uma tentativa de interferir no julgamento do ex-presidente.

“Se o imaturo do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, porque você me joga pra baixo, quem vai se fuder é você. (…) Tenha responsabilidade!”, escreveu o deputado.

No dia seguinte, 16 de junho, Eduardo recuou e pediu desculpas ao pai. Ele reconheceu que “pegou pesado” nas mensagens e disse que estava “puto” quando escreveu.

Indiciamento de pai e filho

As revelações vieram à tona no mesmo dia em que Jair Bolsonaro e Eduardo foram indiciados pela Polícia Federal. Ambos são acusados de coação

no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A PF aponta que pai e filho buscavam apoio nos Estados Unidos para pressionar instituições brasileiras. As investigações também indicam indícios de tentativa de abolir o Estado democrático de direito.

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