Entenda porque o calendário de vacinação está antecipado em SP
O adiantamento da campanha de imunização foi de um mês
No último domingo (13) o Governo de São Paulo anunciou a antecipação da campanha de vacinação contra a Covid-19 para toda a população adulta. O prazo agora para que todos sejam imunizados é até setembro. Mas por que há essa garantia da imunização de todo este grupo? O Estado conta com as doses que estão em estoque e também na expectativa da entrega de doses do Ministério da Saúde.
São Paulo já recebeu até o momento 25,7 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 do governo federal, e já repassou 22,2 milhões para os municípios, segundo dados extraídos na noite desta segunda (14). No entanto, mais de 3,5 milhões de doses que foram entregues para o estado ainda não foram repassadas para as cidades, ou ainda não tiveram o repasse registrado em sistema.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, explicou que, além de um “delay” (atraso) dos sistemas que registram as doses repassadas às cidades, há ainda 1,4 milhão de vacinas que estão marcadas pelo Ministério da Saúde para serem usadas como segunda dose, e que por isso não são distribuídas para os municípios.
Há ao menos 1 milhão de vacinas em estoque que não foram designadas para a segunda dose. A antecipação da vacinação em São Paulo vai contemplar um público muito maior do que o total de doses armazenadas ou em processo de distribuição para os municípios. Isto significa que, para o adiantamento do calendário, o governo conta, majoritariamente, com novas entregas do Ministério da Saúde, e não com a diferença entre as doses recebidas e as repassadas para as cidades.
As doses armazenadas
Por enquanto a faixa etária de 50 a 59 anos, sem comorbidades, que teve a vacinação antecipada para esta quarta-feira (16) no estado de São Paulo, conta com cerca de 3 milhões de pessoas.
Se considerados ainda os grupos que serão contemplados em seguida, o número de doses necessário supera em muito a quantidade de vacinas que o governo estadual ainda não repassou aos municípios. A vacinação de pessoas de 43 a 49 anos, marcada para começar no próximo dia 23, vai atingir mais 3 milhões de pessoas em São Paulo.
Apesar da diferença de mais de 3 milhões de doses entre as recebidas pelo estado e as repassadas para as cidades, a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, negou que haja represamento de doses. Segundo Regiane de Paula, descontadas as vacinas reservadas para a segunda dose e aquelas separadas para os grupos prioritários que começaram a vacinação nesta semana, ainda há as cerca de 1 milhão de doses em estoque.
Este valor é considerado, pelo governo de São Paulo, uma espécie de margem de segurança, ou “estoque zero”, como classificou a coordenadora do plano estadual. “Conforme eu recebo vacina eu repasso em 48h pros meus grupos de vigilância epidemiológica. Então eu dependo do quantitativo de vacinas que chegam, e há semanas que chegam mais vacinas e semanas que chegam menos vacinas, e isso é um movimento como se fosse movimento de caixa”, explicou Regiane de Paula.
Riscos de cumprimento do prazo
Como o cronograma de São Paulo considera, majoritariamente, as entregas programas pelo Ministério da Saúde, eventuais atrasos nas entregas ao governo federal podem afetar o calendário estadual.
O estado de São Paulo não informa quantas doses deve receber do governo federal no próximo mês, mas afirma que seu cronograma é feito com base em entregas programadas. A entrega da vacina da Janssen, que aconteceria nesta terça-feira (15) foi alterada para vir na quarta-feira (16).
A Secretaria Estadual de Saúde foi procurada e respondeu que mesmo com este atraso, o calendário ainda está mantido. O Plano Estadual de Imunização (PEI) foi elaborado e é executado com base em monitoramento e planejamento, considerando sempre as perspectivas de envio de vacinas indicadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e os públicos-alvo da campanha”, disse a pasta.
O governo estadual disse também que conta com “a vinda da vacina da Janssen ainda para esta semana”.
“Atualmente, já há três imunizantes disponíveis na rede – vacinas do Butantan, Fiocruz/Astrazeneca e Pfizer -, com remessas periódicas para o Estado de São Paulo; além disso, gestores nacionais sinalizam a vinda da vacina da Janssen ainda para esta semana. A disponibilidade de cada dose de vacina, independentemente do produtor, segue crucial para que os brasileiros sejam imunizados com maior celeridade”, declarou em nota.
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