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Casal ‘satanista’ é condenado a 34 anos de prisão por matar grávida em Mongaguá

A dupla queria pegar o seguro da vítima

A Justiça condenou o casal Sergio Ricardo Mota e Simone Koszegi foi condenado a mais de 34 anos de prisão pela morte da técnica em segurança Atyla Arruda Barbosa, de 20 anos, em Mongaguá. As provas apresentadas confirmaram que a dupla pertencia a uma seita satânica, na qual “adoravam Lúcifer”. Eles atraíram a vítima, por meio das redes sociais, por esse motivo.

A jovem chegou a ser dada como morta por afogamento, em julho de 2018, em uma praia de Mongaguá. Mas a  Polícia Civil descobriu que o casal, na verdade, tentou sacar um seguro de vida de R$ 260 mil em nome da garota, que estava grávida, e que ela, na verdade, foi assassinada. O filho seria de Sérgio, conforme apontaram as investigações.

Créditos; Reprodução/Arquivo Pessoal.

Atyla morava com Simone e Sérgio em Itanhaém. Foi feita uma promessa de um emprego em uma transportadora mantida pelos dois na cidade. Na época do crime, a Polícia Civil encontrou um caderno com um esboço idêntico ao depoimento dado pelo casal na Delegacia de Mongaguá. Assim foi descoberto que houve ensaio de falso testemunho.

Atraída pelo casal

No entendimento do juiz responsável pelo caso, Paulo Alexandre Rodrigues Coutinho, a jovem foi atraída pelo casal com promessas de um futuro melhor, por meio de um pacto com ‘Lúcifer’, conforme apontou na sentença proferida no último dia 19, em uma sessão do Tribunal do Júri, no Foro de Itanhaém.

“Atraíram Atyla para sua trama, valendo-se, para tanto, de promessas de um futuro promissor, com retornos financeiros atrativos, mediante um pacto com ‘Lúcifer’ [entidade espiritual]. Já enredada a jovem na macabra teia, obtiverem acesso a todos os seus dados pessoais, influenciando e instigando-a à abertura de diversas contas bancárias, uma microempresa, bem como a celebrar seguros de vida, não obstante sua jovialidade, contratos esses, em parte, em que Simone, pessoa a quem acabara de conhecer, figurava na qualidade de beneficiária”, explica o magistrado.

Ainda conforme Coutinho, os acusados ainda praticaram o aborto sem o consentimento da vítima, também para a prática do estelionato. Diante das provas, o Tribunal do Júri decidiu pela condenação de ambos a 34 anos e 8 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, levando em consideração motivo torpe, emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e crime praticado para assegurar a vantagem e a execução de outro crime.

A investigação da morte

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o corpo de Atyla foi achado em uma praia de Mongaguá, com sinais de afogamento, em julho de 2018. Ele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e, em paralelo, uma investigação foi aberta pela Polícia Civil.

Investigadores descobriram que a jovem veio do Estado de Goiás viver com o casal em busca de emprego. Para a Polícia Civil, ela foi propositalmente morta no mar em meio a um denso nevoeiro, para que o casal sacasse um seguro de vida de R$ 260 mil. Eles simularam o afogamento para encobrir o homicídio.

Simone e Sergio foram presos e, em depoimento, a mulher disse ser madrinha de Atyla, que havia sido abandonada pelos pais, fato desmentido por Selmair Arruda de Moraes, de 44 anos, mãe da jovem. Ela chegou à cidade litorânea em busca da filha 20 dias após perder o contato com ela.

Selmair faria um boletim de ocorrência por cárcere privado, mas foi surpreendida ao saber da morte da filha. Três pessoas, não identificadas, foram ao enterro da jovem, que teve na lápide a declaração “te amo” escrita, fato que, segundo a polícia, seria para “despistar o crime”.

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