

Nesta segunda-feira (27) a Polícia Civil iniciou a operação ‘Médico Fantasma’ e a investigação é contra uma quadrilha de falsos médicos, que atuaram em Peruíbe. Três mandados de busca e apreensão em endereços vinculados às pessoas apontadas como líderes da organização. Os suspeitos usavam documentos de outros médicos, que nunca atuaram na cidade.
Os mandados foram cumpridos nas cidade de São Bernardo do Campo, São Paulo e Barueri, onde foram apreendidos documentos relacionados a quadrilha, um notebook e as quantias de $ 1.685, 140 pesos bolivianos, e R$ 350.
Tudo começou depois que uma denúncia foi feita para a Delegacia Sede de Peruíbe em 2020. O morador contou aos policiais que um falso médico, que atuou na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade no ano de 2015, utilizando o CRM de um profissional credenciado. O valor pago pela administração municipal aos serviços dele teria sido de R$ 143.751.
Assim, a Polícia passou a investigar e descobriu que o médico que teve os documentos usados pelo suspeito nem sequer havia trabalhado em Peruíbe. Ainda durante os trabalhos, a equipe de investigação constatou que se tratava de uma organização criminosa, liderada por dois médicos, já identificados. A quadrilha buscava por municípios necessitantes de serviços emergenciais na área da saúde, oferecia esses serviços e era contratada.
Sem CRM
Ao menos oito pessoas foram encaminhadas para realizar os atendimentos como profissionais da medicina, mesmo sem ter qualquer registro. Os documentos utilizados, conforme informou a Civil, eram de médicos credenciados, que, em sua maioria, trabalhavam em outros estados, e não tinham ideia de que os seus documentos eram utilizados para uma prática ilícita.
Embora não tivessem CRM, os suspeitos possuíam algum conhecimento em medicina, para que a equipe da unidade de saúde não desconfiasse, segundo as autoridades. A investigação aponta que eles haviam se formado na área, mas não tinham o diploma validado, conforme apontou a investigação.
Na época, para receber pelos serviços prestados, os profissionais autônomos apresentavam o Atestado de Execução de Serviços Médicos após um plantão na UPA e retiravam os cheques com a administração municipal. Os criminosos sacavam a quantia diretamente em uma agência bancária, ao invés de depositar em uma conta, o que dificultava o rastreio da movimentação do dinheiro. Ao todo, os falsos médicos conseguiram subtrair da cidade a quantia de R$ 786.429, segundo a Polícia Civil.
As autoridades conseguiram identificar dois médicos. Diante das informações, foi emitido mandados de busca e apreensão, além de ter emitido um bloqueio de circulação e venda de quatro veículos usados pelos suspeitos. A Polícia ainda tenta identificar oito pessoas que se passaram por médicos naquele ano.
Prefeitura de Peruíbe
Em nota, a Prefeitura de Peruíbe informa que tem ciência do caso e que prestou todas as informações solicitadas pelas autoridades policiais. Destaca também que os fatos envolvem a administração municipal 2013-2016, ou seja, anteriormente ao atual mandatário.
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